O Partido dos Trabalhadores conseguiu eleger, pela primeira vez na história, um governador em Minas Gerais. Trata-se do ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-ministro do Desenvolvimento do Governo Dilma, Fernando Pimentel. E por falar no governo Dilma… pois é, ela se reelegeu. E, diante dessa dobradinha tão cheia de expectativas, é quase impossível não se perguntar o seguinte: “e agora, prefeito Getúlio Neiva?”
A pergunta se justifica — e como! — porque o prefeito, mesmo sendo filiado ao PMDB, partido do candidato a vice-governador eleito, Antônio Andrade, preferiu apoiar a candidatura de Pimenta da Veiga, do PSDB, como já é de conhecimento público de todo mundo que está lendo este editorial. Pois é… E agora, Getúlio?… O que será de você e de sua administração, que se colocou na condição de oposição ao governador eleito?
Para!… Volta tudo. … Como assim, ‘o que será de Getúlio?’… A pergunta correta não é “o que será de Teófilo Otoni?”. E eu ouso até oferecer um lance, um prognóstico e uma resposta: Teófilo Otoni será uma cidade muito assistida e beneficiada tanto pelo governo estadual quanto pelo governo federal. E querem saber por que estou dizendo isso? Simples… porque sou cidadão. E, se você não entendeu, explico a seguir.
Eu, como cidadão, tenho as minhas restrições quanto à presidente Dilma Rousseff. É um direito democrático e constitucional que tenho. Ponto! Mas, a bem da verdade, nem tenho restrições à presidenta, propriamente dita. A minha restrição é mais ao seu grupo, capitaneado pelo ex-presidente Lula. O nosso companheiro ex-presidente saiu do governo alardeando ter dado ao país o espetáculo do crescimento (lembra-se desta fala?) e se autodenominando o pai dos pobres. O que ele não contou a ninguém, mas acabou se revelando da maneira mais difícil, é que aquele pseudoespetáculo do crescimento só foi possível graças a uma dívida bilionária, como nunca antes na história deste país. É por causa desta dívida que hoje temos juros altos, inflação alta, dólar alto, etc.
Mas esqueçamos do Lula um pouco. Apesar de ele mandar muito naquele negócio lá em cima, ele é ex-presidente. A nossa presidente agora é Dilma, que, inclusive, gosta de ser chamada de presidenta, e que colocou mais de 10.000 votos de frente em Aécio em Teófilo Otoni. E olha que nem Maria José, que é daqui, havia conseguido índices tão avassaladores. Agora, voltando ao assunto, é justo que toda uma comunidade deixe de ser assistida pelo Governo Federal porque o prefeito não quis apoiar a presidenta?
Volto a dizer: eu não sei qual será a postura da presidenta Dilma. Sinceramente, não sei. Na verdade, eu não sei nem mesmo se ela sabe que Teófilo Otoni existe. Mas, digamos que saiba. E aí? Ela vai punir todo mundo por causa da posição do prefeito, que nada mais fez do que escolher em quem vai votar de acordo com a sua consciência? Afinal de contas, não é esta Dilma presidenta a mesma garota que foi presa — e que vive lembrando disso — para defender a liberdade de escolha?
E vou fazer outro prognóstico aqui: mesmo que Dilma, através de não se sabe quem, trave benefícios para Teófilo Otoni, eu duvido que Fernando Pimentel faça a mesma coisa. Que Fernando Pimentel vai trocar todo mundo que está em cargos comissionados na cidade e região, vai, claro! Eu no lugar dele faria a mesma coisa. Mas uma coisa é substituir os cargos de confiança da região por gente que seja da confiança do novo governador, outra coisa bem diferente é fazer biquinho para toda uma região por causa do posicionamento de “A”, de “B” ou de “C”.
Eu conheci o Fernando Pimentel na campanha de 2010 quando tive a oportunidade de entrevistá-lo para o Programa Personalidade, da TV Imigrantes. Ele me pareceu um verdadeiro democrata. Até votei nele na ocasião para senador. E continuo acreditando que aquele homem que entrevistei naquele momento é o mesmo que foi eleito governador este ano. Prefiro acreditar que ele continuará sendo o mesmo sujeito imbuído de uma consciência democrática e cívica para com a nossa região e para com o Estado de Minas como um todo — sem partidarismos depois do pleito.
Quando governador, Aécio Neves construiu em Teófilo Otoni uma estação de tratamento de esgoto, uma barragem, um centro de convenção, além de ligar todas as cidades da região através do programa PROACESSO. Ele nunca deixou de enviar nada para cá por Maria José, a prefeita de então, ser da oposição. Alguém pode até levantar o dedo e dizer o seguinte: “mas que Getúlio Neiva bem que tentou atrapalhar todas essas coisas”. E eu respondo: não sei disso, não. Mas, mesmo que seja verdade, que ele tenha tentado, claramente não conseguiu atrapalhar nada. Então, por que o seu posicionamento atrapalharia agora?