O projeto de Reginaldo Lopes (PT-MG) extingue o papel-moeda e prevê apenas o uso de cartões eletrônicos
A história da corrupção brasileira na Era PT é rica em episódios grotescos, entre eles, o do assessor petista preso com dinheiro na cueca, o da montanha de dinheiro apreendida com os “aloprados” e o da distribuição de dinheiro em espécie em uma famosa agência do Banco Rural durante o mensalão. Nada disso voltará a ocorrer se avançar uma proposta que acaba de ser apresentada pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). O Projeto de Lei 48/2015 simplesmente extingue o dinheiro em espécie no Brasil.
A mudança não ocorreria imediatamente: caso o projeto receba o aval do Congresso, o prazo para a abolição do papel-moeda seria de cinco anos. O projeto de lei possui apenas três artigos e também proíbe bancos e empresas de crédito de cobrarem percentual em operações de débito.
Reginaldo Lopes, que é secretário de Assuntos Institucionais do PT, justifica a proposta: seria mais fácil combater “a violência, a corrupção, a lavagem de dinheiro e o tráfico de drogas”. E mais: “A sonegação praticamente será eliminada”, argumenta o parlamentar. O deputado cita os exemplos da Noruega e de Israel, que estudam abolir o uso das cédulas de papel.
Em um país de dimensões continentais, onde metade da população não tem acesso à internet e milhares de pessoas vivem em casas sem esgoto, é difícil imaginar como a proposta pode dar certo. O próprio deputado lembra em seu projeto que apenas 51% dos brasileiros têm conta bancária. Mas ele acredita que, em pouco tempo, será possível que cada família possua seu cartão para realizar movimentações financeiras e fazer compras. “No século 21, não há por que ter dinheiro em papel. No fim do Século XIX, Rui Barbosa fez um célebre discurso em defesa do papel-moeda porque as pessoas queriam continuar usando o ouro. Estamos em um momento parecido”, justifica o petista.
O deputado admite que o projeto é controversa e reconhece que sua proposta deve levar uns “cinco anos” em tramitação. Ou seja: o dinheiro em papel não será abolido em menos de dez anos. Reginaldo também vai pedir que a presidente Dilma Rousseff crie um grupo de trabalho para debater o assunto. Ele quer apressar a transformação das notas de Real em peças de museu.
(Por Gabriel Castro, de Brasília, para a VEJA.com)