Eu, honestamente, espero que Daniel Sucupira “seja homem”. E ser homem no cenário de que escolho falar, significa: eu espero que Daniel Sucupira mire as possibilidades futuras do seu governo, sem pactuar com as malandragens passadas, varrendo-as para debaixo do tapete. Apenas, deste modo, Daniel conseguirá fertilizar um governo transformador, que, para ser transformador, precisa ser mobilizante, fazendo o povo desta cidade voltar a vibrar. Isso, apesar de todas as dificuldades conjunturais esperadas para o ano que vem.
Torço para que a maior autoridade do município, o prefeito, o novo, diferentemente da míope subseção da OAB, da desatenta (e quase infantil) UETO, dos setores prostituídos da Imprensa e de outros núcleos organizados da sociedade, estes ocupados com a novela das nove, tenha peito para perseguir sinais de que houve e de que há corrupção (e gorda, obesa) em Teófilo Otoni. Se há e houve corrupção na cidade, então dinheiro do povo, em algum momento, e de algum modo, extraviou-se para engordar pequenos e grandes ladrões.
Torço por Daniel, sim. Afinal, torço por Teófilo Otoni. Mas estou convencido de que o novo prefeito tem que ser homem bastante para não fazer apenas um governo “direitinho”, “organizadozinho”, daqueles que “administram” interesses relativos, quase sempre temerosos de desacomodar os bandidos (todos travestidos de homem de bem) que gravitam em torno da gestão pública. Faço votos para que Daniel “seja homem bastante” para perseguir os claros, gritantes, alarmados sinais de que existe (ou existiu em algum momento) uma máfia do loteamento que extorque os empresários do setor, cobrando lotes para não emperrar processos; de que existe (ou existiu em algum momento) uma máfia do Transporte Escolar; de que existe (ou existiu em algum momento) uma máfia do IPTU que desonera gente rica e até autoridades, negociando “perdões” e descontos criminosos; de que existe (ou existiu em algum momento) uma máfia dos taxistas, conferindo frotas a um ou dois proprietários, concentrando nas mãos desses espertalhões oportunidades que têm que ser individuais; de que existe (ou existiu em algum momento) uma máfia dos postos de gasolina, violando regras e desfazendo leis para atender aos interesses de empresários anticidadãos; de que existe (ou existiu em algum momento) uma máfia dos fiscais da Prefeitura que ganham dinheiro ilegal às custas de um serviço que é público.
Claro que não espero, nem imaginaria, que Daniel Sucupira saia de lanterna na mão perseguindo grandes e pequenos ladrões que, confortavelmente, vivem em Teófilo Otoni, às margens da lei. Mas que ele seja “homem o bastante” para criar instrumentos, e sugiro uma Controladoria (de mãos dadas com o Ministério Público e quem mais de direito), como poder bastante para investigar e, quem sabe, um dia, dizimar a quadrilha de “homens de bem” que se acha dona de Teófilo Otoni.
Ou seja, como não existe nenhuma nova Universidade Federal para trazer, salvando, como fez, o governo “modestozinho” de Maria José (também do PT), Daniel Sucupira só fará um governo de esperança se for homem demais para não ser governo de menos.
(Por Roberto Marcos)
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