“Na política brasileira você não deve se fechar”, diz presidente do PSDB de T. Otoni

“Na política brasileira você não deve se fechar”, diz presidente do PSDB de T. Otoni

O secretário municipal de Integração Regional e Trabalho, Clélio Gosling, o Pelé, é o novo presidente do PSDB em Teófilo Otoni
O presidente do PSDB de Teófilo Otoni, Clélio Gosling, o Pelé, comentou os rumos que pretende dar ao partido em Teófilo Otoni nas eleições do ano que vem

O empresário Clélio Gosling, que atualmente é secretário municipal de Integração Regional, Trabalho e Renda, acaba de ser eleito presidente do PSDB de Teófilo Otoni (leia mais aqui). Em entrevista ao editor do minasreporter.com, David Ribeiro Jr., Pelé, como é mais conhecido, disse que o PSDB é um partido que faz, sim, oposição no cenário nacional ao governo de turno, “mas uma oposição a favor do Brasil”. Com relação às eleições do ano que vem, disse que “não é momento de discutir as coligações. Agora é momento de discutir a realidade da cidade. O município está bem administrado e nós fazemos parte da base aliada do governo Getúlio Neiva. Pelé também falou da crise na saúde e do que ele considera um grande pacote de obras realizado pela atual Administração. Acompanhe a entrevista a seguir:

minasreporter.com — O PSDB é hoje, sem sombra de dúvidas, o maior partido de oposição no Brasil. Com base nisso, qual será o perfil do PSDB nas próximas eleições municipais em Teófilo Otoni?

Minasreporter.com — O PSDB não é apenas um partido de oposição. Antes disso, é um partido que gosta do Brasil. O programa do PSDB nacional deixou clara que a nossa oposição é em favor do Brasil. Nós temos um líder nacional, o senador Aécio Neves, que teve 51 milhões de votos. E, se as eleições fossem hoje, as pesquisas mostram que ele teria mais de 71 milhões de votos. O Brasil clama por mudança, pela exigência de seriedade e respeito da população… mas não é o que temos visto hoje com o governo atual.

minasreporter.com — Tratando especificamente de Teófilo Otoni: muitas lideranças novas se uniram ao PSDB em sua última convenção local. Isso pode ser o início de uma forte chapa para vereadores nas eleições do ano que vem?

PELÉ — Evidentemente, somos muito agradecidos, não apenas aos 202 convencionais que estavam presentes na nossa convenção, mas também aos 14 partidos que foram lá nos prestigiar, nos abraçar e mostrar que realmente ainda temos parceiros. Somos parceiros do atual governo Getúlio Neiva, e pretendemos continuar parceiros dentro das conveniências adequadas. A política funciona assim: não é momento de discutir as coligações. Agora é momento de discutir a realidade da cidade. O município está bem administrado e nós fazemos parte da base aliada do governo Getúlio Neiva. E vamos continuar com esse governo pois acreditamos na sua reeleição.

minasreporter.com — Mas, proporcionalmente, esse grande número de lideranças que se apresentou como filiados do PSDB pode indicar uma chapa completa para o cargo de vereador?

PELÉ — Não. Não é a nossa intenção. Nossa intenção é exatamente mostrar esse carinho que tivemos de 14 partidos, fazer dois chapões, fazer dois grupões… três ou quatro, o que for necessário para nos agruparmos e eleger um número considerável de vereadores. Esta é nossa pretensão. Hoje nós temos em nossos quadros pessoas bastante adequadas para se candidatarem à vereança. Acreditamos que apresentaremos bons candidatos com essa composição, mas entendo que a união entre os partidos seja necessária. Na política brasileira você não deve se fechar. É preciso estar aberto às composições, às parcerias e, evidentemente, num momento em que se tem uma convenção com 14 partidos te abraçando, fica mais do que claro que esse partido ainda é forte, é unido e é muito grande. Desta vez queremos nos unir com todos os segmentos, não só com o empresariado. Queremos líderes de bairros e comunidade em geral. Isso ficou evidente entre os 202 nomes que estiveram em nossa última convenção. Ali havia vinte e um líderes comunitários. Isso é muito importante porque mostra que o PSDB está se modificando, se modernizando, tirando o chinelinho do chão, tirando o sapatinho de couro, mostrando que o PSDB é um partido do povo, que está com o povo e para trabalhar junto com o povo.

minasreporter.com — O senhor disse há pouco que o prefeito Getúlio Neiva tem feito uma excelente administração, mas é fato que nos últimos dois anos, até em função dessa política econômica do governo federal, as prefeituras têm perdido muito dinheiro. Várias marchas de prefeitos seguem para Brasília para pedir mais dinheiro. Como é administrar uma cidade complexa como Teófilo Otoni com pouco dinheiro?

PELÉ — Para falar a verdade, há poucos meses eu falei pro prefeito Getúlio Neiva que achava até que ele era mágico. Nos primeiros dois anos de gestão ainda existia da parte do governo estadual um carinho, respeito e compreensão para com a nossa cidade. Assim cumpria-se o que era prometido. As verbas chegavam e o prefeito Getúlio simplesmente fez em dois anos o que nos últimos oito anos não foram feitos. Isso é um fato. É só comparar. Nossas obras estão aí para serem demonstradas. São 355 obras e há mais 60 para serem anunciadas esse ano. Até o final do mandato do prefeito Getúlio Neiva serão em torno de mais 100. Nós temos hoje quase uma centena de ruas asfaltadas, colocadas em condições para a população, coisa que nós não vimos no passado. O número de obras que nós temos colocado nesse governo é insuperável. O cidadão pode gostar ou não do prefeito Getúlio Neiva, mas tem que reconhecer que ele é um fazedor de obras. Temos um jornal circulando na cidade com as obras do prefeito, além dos eventos e festas que ele faz. O prefeito tem uma impressionante capacidade de aglutinação das pessoas, e isso é muito importante. Assim, o PSDB quer deixar claro que o número de obras que o prefeito Getúlio Neiva, juntamente com Dr. Ilter, fizeram nesses dois anos dificilmente será superado. Isso vai demorar muito para acontecer novamente. E olha que, nesse período, evidentemente que depois dos cortes que foram anunciados e feitos pelo Governo Federal, e agora recentemente do Governo Estadual, fica inadmissível ser prefeito. Hoje, o cidadão para se candidatar a prefeito, tem que pensar duas vezes porque vai perder muitas noites de sono. Os cortes são amplos e diários e as contas só aumentam nesse país. É realmente inadmissível administrar um município no qual as verbas são cortadas e os compromissos não são cumpridos, haja vista estarmos em uma situação em que a própria Assembleia Legislativa veio fazer aqui uma audiência para debater o seríssimo problema da saúde em nossa cidade e região.

minasreporter.com — E qual é o tamanho do problema da saúde em nossa cidade e região?

PELÉ — Teófilo Otoni atende hoje, entre a sua população, e a população de toda a região, cerca de um milhão e duzentas mil pessoas. Mas as verbas simplesmente não estão chegando. O Governo Federal deve ao município 12 milhões contratualizados no ano passado. O Governo Estadual deve 8 milhões de contratos. Assim, estamos falando de 20 milhões que o Estado e União nos devem, e ainda assim a nossa saúde está funcionando muito melhor do que nós temos visto no resto do país. Está longe do ideal que queremos. Mas está melhor do que a média nacional. Cada dia que ligo a televisão e vejo os hospitais do Nordeste e os hospitais de São Paulo eu ainda agradeço a Deus. Nós ainda somos às vezes criticados. Você vai no Santa Rosália e, de fato, tem cinco ou seis macas por lá de pessoas para serem atendidas. Elas às vezes tem que esperar um dia ou dois, mas são atendidas. Uma cirurgia demora 20 e até 30 dias para ser autorizada, mas sai. As pessoas são minimamente atendidas. Mas o que estamos vendo no resto do país são pessoas morrendo nas portas dos hospitais sem nenhuma providência do Ministério da Saúde e do Governo Federal. Eu conclamo população para ver o que está sendo feito, não só na saúde, mas em todo setor político desse município. O município está sendo eficientemente administrado. Na área da saúde temos que tirar o chapéu para o Santa Rosália e para a administração do Dr. Eduardo Bamberg, do Dr, Ílter e do João Bolinha. Aquele é o hospital número 1 da nossa região, de alta complexidade, capaz de realizar cirurgias cardíacas. Nós hoje não dependemos de sair daqui para Belo Horizonte para absolutamente nada. Nós temos profissionais capacitados. Dia desses vimos o atendimento das vítimas de um acidente com fratura de crânio, fratura cervical… e foram atendidas aqui. Elas foram salvas aqui. Não foi necessário transferência para outro lugar. O que gastaríamos, como antigamente, com avião, com UTI e com ambulância, hoje economizados e aumentamos a nossa capacidade de atendimento. Nós temos essa plenitude aqui. Eu penso que a população deveria saber dar valor e agradecer a essa direção do Santa Rosália, que, mesmo com os valores minguados que recebem, ainda estão fazendo mágica. O Dr. Eduardo Bamberg, o Dr. Ilter e o João Bolinha têm os nossos cumprimentos em nome da população de Teófilo Otoni.

minasreporter.com — O senhor hoje é o responsável pela geração de emprego e renda no município. Existe algum programa novo nessa área?

PELÉ — Nós estamos estudando, juntamente com o prefeito Getúlio Neiva, alguns projetos para que possamos trazer algumas indústrias para cá com o propósito de gerar empregos. Inicialmente seria um call center. Estamos conversando com o deputado fabinho Ramalho para trazer esse call center e viabilizar a geração de emprego. Estamos, também, na dependência da judicialização do distrito industrial. Nós temos diversas empresas que nos procuraram para montar lá seu escritório, gerar empregos e renda no município, mas o setor judiciário do nosso município e do estado ainda não deu um OK. Então realmente o prefeito não pode liberar uma área para uma pessoa vir se instalar se você ainda não está com a área definitiva. Por enquanto ela é provisória e eu não posso colocar uma empresa lá para gerar emprego e daqui a seis meses ela estar sujeita a sair novamente. Nós estamos tendo a cautela de aguardar o Judiciário nos providenciar essa liberação para realmente providenciarmos isso com a maior urgência possível para gerar emprego para essa juventude. Queremos garantir uma renda mínima para as pessoas economicamente ativas, mas trabalhando. Entendemos que isso é fundamental e de grande valia para a nossa economia.

 



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