— Isto é uma pegadinha? — espantou-se a mulher ao olhar para o homem sentado na cadeira do corredor da terceira fila do voo 1488 da GOL, que decolaria no meio da tarde de terça-feira (11/11), do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino a Brasília.
— Pegadinha, como? — perguntou o homem, sorrindo, simpático.
— O senhor é a cara do Aécio — observou a mulher.
— Bem… eu sou o Aécio — o homem respondeu.
Instalou-se então a confusão, que acabou por atrasar a decolagem. Bem mais da metade dos passageiros que quase lotavam o avião fez questão de cumprimentar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e de tirar fotos junto com ele.
Outra mulher comentou depois de abraçar Aécio:
— Você está por aqui? Não acredito.
Um homem idoso apertou a mão de Aécio e disse:
— Aécio, é você? Chorei muito quando você perdeu a eleição.
Entre uma foto e outra com o senador, uma jovem tascou:
— Nossa, você é muito bonito. É mais bonito do que na televisão.
A tripulação teve trabalho para conseguir que as pessoas ocupassem seus assentos. Antes que o avião decolasse, por três vezes, e a curtos intervalos, passageiros gritaram o nome de Aécio provocando aplausos.
Na descida do avião em Brasília, o comandante falou aos passageiros por meio do sistema de som:
— A GOL sente-se honrada em transportar o senador Aécio Neves, futuro presidente do Brasil.
Novamente Aécio foi aplaudido. E por último foi aplaudido ao se levantar para desembarcar, olhar para os fundos do avião e dizer:
— Obrigado pelo carinho, pessoal.
Perguntar não ofende: será que a presidenta Dilma Rousseff, depois de ter elevado a taxa de juros dois dias depois do resultado da campanha presidencial, e aumentando as tarifas de combustíveis e do fornecimento de energia elétrica, teria coragem de se expor num voo comercial, como fez Aécio?… Com a palavra, Dilma.