Com maciça atuação nos setores de óleo e gás e mineração, a mineira Georadar, sediada em Nova Lima, se prepara para expandir sua atuação para regiões-polo desses segmentos no Brasil e exterior. Hoje com atuação concentrada em Minas, a companhia está em fase adiantada para entrar no mercado boliviano, visando o mercado de gás natural, e pretende chegar ao Pará, onde hoje está o suprassumo da mineração brasileira.
A Georadar presta serviços de sísmica terrestre, com aquisição de dados geofísicos, monitoramento ambiental marítimo e terrestre, pesquisas e levantamentos marítimos, diagnósticos ambientais e geotécnicos, remediação de solo e aquíferos, análises laboratoriais, afretamento e apoio marítimo. São 16 anos presente no mercado.
Em fase mais adiantada, a ida para a Bolívia já foi aprovada pelo Conselho de Administração da empresa e três missões ao país para visitas a potenciais clientes já foram realizadas. A intenção é a de se estabelecer em Santa Cruz de la Sierra, segunda maior cidade daquele país e polo de produção petroquímica.
O presidente da empresa, Ricardo Savini, observa que diferentemente do Brasil, onde a demanda por serviços na área de petróleo e gás natural está concentrada em uma empresa, a Petrobras, na Bolívia esse segmento é mais pulverizado. “Lá, grandes empresas de vários países atuam na exploração, o que abre mais possibilidades de contratos”, afirmou.
Parceria
Inicialmente, a presença em terras bolivianas se dará por meio de uma parceria com um escritório de Engenharia. Porém, a intenção é ter uma presença física mais relevante na medida em que os contratos serão conquistados.
Na mineração, após a Georadar se consolidar no mercado mineiro, maior província mineral do país, a intenção é chegar no Pará, onde há um intenso processo de novos investimentos, e uma fronteira mineral de grandes proporções a ser explorada. “Ainda não atuamos lá, mas isso é um assunto muito estudado na empresa e essa possibilidade existe”, disse Savini.
Diante da atual conjuntura, com forte queda de preço tanto do minério quanto do petróleo, o que arrefeceu a disposição das empresas em investir, a Georadar prevê para este ano estagnação dos negócios. “Devemos repetir 2014, que já foi um ano com faturamento abaixo da média. Estamos trabalhamos muito nos custos, uma vez que fomos atingidos por crises nos dois segmentos”, afirmou o presidente.
As incertezas quanto as regras para a mineração que serão aprovadas no Congresso, que analisa o Novo Marco Regulatório do setor mineral, também colabora para o enfraquecimento dos negócios. “Há uma incerteza jurídica e quando isso acontece o primeiro corte é no investimento de risco na parte exploratória”, observou Savini.
Por Bruno Porto | Hoje em Dia