Por David Ribeiro Jr.
Teófilo Otoni
Se o título parece estranho pra você, permita-me explicá-lo melhor. Há cinco anos eu iniciava um trabalho de envio de e-mails com informações jornalísticas para várias pessoas que trocavam e-mails diversos com a redação do Jornal O REPÓRTER NOTÍCIAS. A intenção era iniciar um sistema de produção de conteúdo que resultasse na criação de um site institucional voltado à divulgação de notícias e informações diversas de nossa cidade e região. Hoje, cinco anos depois, o projeto é uma realidade incontestável com o Portal minasreporter.com que em alguns dias chega a ultrapassar a marca das 10.000 (dez mil) visualizações. Em 2016 queremos dobrar esse número de visualizações diárias já no primeiro trimestre.
Um dos primeiros textos publicados naquele projeto tinha exatamente o título que tem este editorial na parte entre aspas: Quem será o próximo prefeito de Teófilo Otoni? O texto, na íntegra, e sem alterações, segue aqui em baixo, em azul-escuro, que, só pra constar, é diferente de roxo, ok?!
Quem será o próximo prefeito de Teófilo Otoni?
Antes que alguém me julgue um vidente, eu quero lembrar que o título acima é uma interrogação, e não uma afirmação. É claro que eu não sei a resposta. Mas sei, pelo menos, por quais caminhos ela passará. Desde já é possível prever o perfil do nosso próximo prefeito e da aliança que o elegerá.
O próximo chefe do Poder Executivo terá, indiscutivelmente, o apoio do ex-prefeito Edson Soares. Talvez seja até ele mesmo, embora eu não esteja afirmando nada. Edson Soares fez uma campanha para deputado estadual sem recursos, e mesmo assim conseguiu praticamente o mesmo número de votos de quem gastou muito dinheiro. Ele mostrou que ainda é um líder nato, é um político à frente do seu tempo, e o que é melhor: amadurecido com o tempo. Antes, ele estava sozinho. Hoje tem ao seu lado filhos que, crescidos aos pés do pai, tornaram-se estrategistas competentíssimos e aptos a coordenar – e vencer – quaisquer campanhas em que tenham as ferramentas para disputar. Além disso, Edson Soares tem a seu favor uma arma não mais tão secreta assim: o carisma. Reconhecidamente, é o mais simpático de todos os líderes políticos de Teófilo Otoni.
O próximo prefeito precisará, também, do apoio do deputado federal Fabinho Ramalho. Fabinho mais que dobrou a sua votação em quatro anos, e hoje é uma referência de homem que sabe usar o mandato a favor do povo. É próximo, comparece, não se importa de ser visto, abraça, beija, conversa, ouve, promete – como todo mundo –, mas cumpre – como poucos. Fabinho é bem relacionado, é bem-intencionado e está se consolidando como uma das maiores lideranças da cidade, mesmo sendo de Malacacheta.
É claro que o próximo prefeito de Teófilo Otoni precisará, também, do apoio de Getúlio Neiva. Ele não conseguiu se reeleger deputado estadual, mas obteve mais de quarenta mil votos. Mesmo sendo do PMDB, participará do governo de Antônio Anastasia e se manterá em evidência nos próximos dois anos. Como não será deputado, ninguém reclamará por ele abandonar um mandato pela metade. E agora voltará a ser pedreira, lançando seus fragmentos de pedregulhos na vidraça do letárgico governo petista na cidade.
É claro que outras forças serão importantes. Não podemos desprezar a influência do PSB de Valdimoisés e Jorge Medina, do PSDB de Paulo Viana, e mesmo do PT da prefeita Maria José. Em 2008 os índices de reprovação do governo municipal eram astronômicos e, mesmo assim, a prefeita conseguiu se reeleger. Se tiver um nome forte para sucedê-la (hoje nenhum nome dentro do partido, por mais competente que seja, conseguiu se destacar), terá chances reais.
E, antes que alguém pense que eu me esqueci deles, é evidente que o deputado estadual eleito, Neilando Pimenta, e o deputado federal reeleito, Ademir Camilo, terão algum peso, também.
Em resumo, as cartas estão na mesa. Quem conseguir um jogo de cartas de mais peso e de mais proximidade da população, certamente será o próximo prefeito.
O texto foi publicado no início de novembro de 2010 e muita gente ainda deve se lembrar dele, também. Até porque, mesmo tendo sido originalmente usado naquele serviço de e-mails, também foi publicado em forma de editorial no Jornal O REPÓRTER NOTÍCIAS.
O que me fez voltar a este texto? Respondo. Mas, desde já, explico que, ao contrário do que alguns poderão julgar, não é a proximidade de um novo pleito eleitoral no Município que me fez trazer o assunto à tona. É que, por acaso, fazendo um trabalho de pesquisa em alguns arquivos aqui na Redação, encontrei novamente este texto e um monte de mensagens recebidas em forma de SMS, e-mails e até cartas elogiando e criticando. À época houve um caso extremo de uma determinada pessoa que me chamou de vendido e de inescrupuloso, além de ter saído por aí tentando denegrir a minha imagem dizendo que eu só escrevia o que me fosse conveniente e que me desse mais lucro — como se eu tivesse recebido de alguém para fazer o texto. A pessoa em questão só não explicou o porquê das acusações, embora depois eu tenha entendido. Era getulista, e também eleitor de Ademir Camilo, e, embora eu também tenha citado os nomes de Getúlio e Ademir, comecei o texto exaltando os nomes de Edson Soares e Fabinho Ramalho.
Bem… dois anos depois o tempo tratou de mostrar que tudo o que escrevi no texto se revelou verdadeiro, mesmo a contragosto dos críticos. E só para deixar claro: não ganhei um único centavo sequer de quem quer que seja para escrever aquilo. Era de fato o que eu acreditava. E o escrevi em forma de editorial, só isso. O problema é que algumas pessoas têm o péssimo hábito de julgar os outros por sua própria medida. Vai ver que é por isso que alguém achou que eu estivesse ganhando dinheiro pelo texto. Fazer o quê, né?
Recapitulando: Edson Soares, de fato, foi importantíssimo para a eleição de Getúlio em 2012. Numericamente (trazendo votos), talvez tenha sido o cabo eleitoral mais importante. E Fabinho também ajudou, mesmo com muita gente dizendo que o deputado estava em cima do muro durante a campanha. Getúlio Neiva, que todo mundo sabia que era o candidato natural, mas que precisaria retomar o seu protagonismo político, elegeu-se. Como esperado. E, como eu também já deixava claro naquele momento, o PT precisou ir atrás de um nome de fora das suas fileiras porque todo mundo de bom senso sabia que dentro do partido não havia ninguém em real condição, naquele momento, de disputar uma eleição com Getúlio Neiva. E Ademir preferiu uma terceira via.
Em resumo: tudo como mais ou menos previsto.
Mas aí surge novamente a pergunta, quase um desafio: e agora, quem será o próximo prefeito de Teófilo Otoni a partir de janeiro de 2017? E novamente eu respondo que não tenho bola de cristal, mas que, analiticamente, é possível delinear uma série de variáveis que influenciarão o processo.
Mas isso eu vou deixar para um outro editorial. Prometo!
E, como sempre digo: quem viver, verá!