Familiares e amigos de Getúlio dizem que ele está em condições de disputar a eleição. Pronto! Quem tem que dar provas do contrário é… quem diz o contrário

Familiares e amigos de Getúlio dizem que ele está em condições de disputar a eleição. Pronto! Quem tem que dar provas do contrário é… quem diz o contrário

Por David Ribeiro Jr.
TEÓFILO OTONI

Depois de mais de noventa dias sem escrever um novo editorial para o minasreporter.com, estou de volta… espero que agora, sim, para manter textos diários, ou, pelo menos, o mais próximo disso que puder.

O meu último texto nesta coluna foi publicado em 25 de abril, há mais de 100 dias portanto, e tinha como título: “Atenção, pré-candidatos ao cargo de prefeito! Vencer Getúlio Neiva é mais fácil do que parece. Entenda como e por quê”. O texto recebeu muitos elogios e, como não poderia ser mesmo diferente, muitas críticas também. Fui acusado, só para variar, de vendido e de puxa-saco. Fazer o quê, né?! Eu escrevo o que penso e o que acredito. Não me pauto pelo politicamente correto nem pelo desejo de aplausos. Quem me conhece e convive comigo sabe que sou pautado pela minha consciência e pela minha forma franca de abordar os assuntos.

Dia desses um amigo de longa data ficou aborrecido comigo — e até hoje está me tratando diferente — porque, ao me dizer que é pré-candidato a vereador, perguntei quanto ele tinha reservado para investir na campanha. Quando me disse que não tinha nada, nem dinheiro para santinho, e que para isso contava com o partido, recomendei que deixasse a candidatura para outro momento e que fosse cuidar da sua própria vida para não se ver servindo de escada para outras pessoas.

Por mais que eu tenha dito tais palavras com a máxima cordialidade possível, e pisando em ovos para não parecer indelicado com o meu amigo, ele sentiu-se ofendido. E olha que eu só tentei ser gentilmente sincero. Imagina o que teria ocorrido se eu tivesse sido indelicadamente sincero?!

Mas voltemos a Getúlio Neiva. O meu último editorial foi sobre ele… na verdade, não foi sobre ele. O editorial era uma abordagem profissional de como vencê-lo. Muita gente não gostou do que leu. Paciência! Continuo acreditando em tudo o que escrevi naquele texto. Não dá pra falar em vencer alguém sem primeiro se mostrar melhor do que esse alguém. Isso vale para tudo na vida e, já que estamos em época de Olimpíadas, a realidade se sobressai ainda mais dura e cortante.

Só pra constar: não fiquei mais de cem dias afastado do minasreporter.com por causa dos que me criticaram pelo último editorial, embora muita gente tenha espalhado essa versão por aí. O meu afastamento se deu por estar envolvido em outros dois projetos que me tomavam todo o tempo ao longo dos últimos três meses. Um deles foi o Prêmio Philadelphia 2016. Mas estou de volta. E, por ironia do destino, o meu texto de retorno tem a ver, novamente, com a pessoa do prefeito Getúlio Neiva.

Vamos lá!

Penso que todo mundo nesta cidade sabe, pelo menos de ouvir falar, o que aconteceu com o prefeito. Ele foi vítima de um AVC isquêmico que o mantém afastado das suas atividades como chefe do Executivo municipal desde o último dia 21 de julho. Enquanto escrevo estas linhas o prefeito descansa na capital mineira, Belo Horizonte, onde recebeu cuidados médicos, embora agora esteja apenas em observação enquanto faz fisioterapia.

Tendo dito isto, cabe trazer à tona uma conversa que tem circulado por aí, num primeiro momento à boca miúda, depois cada dia mais eloquente, dando conta de que a situação de Getúlio é muito pior do que a família, os amigos e as pessoas mais próximas fazem parecer. Em resumo: estão dizendo que Getúlio está mais doente do que todos admitem.

Bem… a família já admitiu que o prefeito sofreu um AVC isquêmico e que está, neste momento, com parte do corpo paralisada, embora continue lúcido e até falando. Aí eu me pergunto: essa gente que tem espalhado boatos por aí quer mais o quê? Uma foto? Neste momento?… Ai já nem é mais insensibilidade; é maldade mesmo por querer expor o homem num momento desses. E é por causa desse tipo de conversinha que que resolvi retornar aos meus editorias exatamente com este assunto. O que penso é que não cabe à família de Getúlio, aos seus amigos, aos seus médicos, e nem mesmo a ele provar que está em condições de continuar à frente da Prefeitura e disputar a reeleição. Ele já disse que vai disputar e pronto. Quem não acredita que se desdobre para provar o contrário.

Convenhamos: essas conversinhas que têm rolado por aí nas redes sociais, principalmente em alguns grupos de whatsapp criticando o prefeito por se manter na disputa são de um mau-gosto enorme. Com todo o respeito, é coisa de gente rasteira, de gente medíocre e que não consegue vencer no campo das ideias, e por isso parte para a ofensa deliberada e para a tentativa de desmerecer o homem pelo drama que atravessa no momento.

E antes que alguém pense que estou escrevendo este texto para defender o prefeito, não estou. Já repeti aqui no minasreporter.com dezenas de vezes que não tenho procuração nem obrigação de defender o prefeito — até porque eu também não ganho pra isso. E quer saber a minha opinião pessoal sobre esta situação? Pois bem: eu, no lugar de Getúlio, não disputaria a reeleição. Getúlio, aos 73 anos, já foi três vezes prefeito, deputado federal, deputado estadual, três vezes subsecretário de Estado. O homem já serviu bem ao seu povo. Mas isso, reitero, é uma avaliação que faço a partir da minha perspectiva. Ocorre que a perspectiva do prefeito é diferente da minha. Ele quer, em suas palavras, como amplamente divulgado no final de semana nas redes sociais, “se manter na luta”. Embora não é o que eu faria se estivesse em seu lugar, preferindo me afastar da vida pública e ir viver a minha vida em paz, admiro a postura do prefeito e seu desprendimento.

Muita gente insiste em pintar a situação com cores de tons escuros, dizendo que o homem “não desapega do poder”, “não larga o osso”. Bem, ainda que assim fosse, o mero fato de Getúlio disputar a eleição não faz dele o próximo prefeito; só faz dele candidato à reeleição e nada mais. Quem vai determinar quem será o próximo prefeito é a maioria da população através do voto. Por enquanto, se nada mudar até o dia 15 de agosto, nós temos quatro candidaturas postas. Além da reedição da dobradinha entre Getúlio e Dr. Ilter (PMDB/PSDB), teremos, também, Daniel Sucupira, do PT, cujo vice é o médico Dr. José Roberto Correa, do PSDC; Paulo Henrique Coimbra, do PR, que terá como vice a ex-vereadora Fátima Dantas, do PSC; e por último o escritor Roberto Marcos, do PSOL, que terá como candidato a vice Gilson Zulu.

Quem foi que disse que Getúlio já está reeleito? Isso só saberemos depois da eleição. Nem ele está tão confiante quanto alguns dos seus adversários que querem porque querem que o homem desista por causa deste problema de saúde. Insistem em afirmar que Getúlio, doente, não tem condições de ser candidato, muito menos prefeito. Bem, com base na lógica do estado democrático de direito, quem tem que provar alguma coisa é quem o acusa. Ele já é candidato e pronto.

E quem viver, verá!

Por David Ribeiro Jr.

David Ribeiro Jr. é editor-chefe do Portal minasreporter.com

E-mail: davidsanthar@hotmail.com



Deixe seu comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.