
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizaram, na manhã desta sexta (14), na BR-116, na saída de Governador Valadares (MG), um protesto em solidariedade ao cumprimento da ordem judicial para reintegração de posse em uma área ocupada por famílias do MST, no Quilombo Campo Grande, na Zona rural de Campo do Meio (MG), Sul de Minas.
Os manifestantes pediam que o governador Romeu Zema (Novo) retirasse a Polícia Militar e regularizasse um assentamento das famílias do acampamento que, segundo o MST, é ocupado por 2,4 mil pessoas. O protesto durou cerca de 1h30 e a estrada ficou interditada nos dois sentidos. Por volta de 9 h, os manifestantes encerraram a ação, que foi acompanhada pela Polícia Militar.
Em protesto contra ação de despejo em Campo do Meio, MST fecha BR-116 em Valadares, veja vídeo:https://t.co/xnl0KQ8UVz
(Vídeo: Rogério Dias/MST/Divulgação) pic.twitter.com/gDUapLdBbR
— Estado de Minas (@em_com) August 14, 2020
A reintegração de posse
A Polícia Militar iniciou na manhã desta quarta-feira (12) a ação para cumprir a ordem judicial para reintegração de posse em uma área ocupada por famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Quilombo Campo Grande, na Zona rural de Campo do Meio (MG). A determinação judicial da Vara Agrária é para reintegração de posse da área da Usina Ariadnópolis. A área é ocupada por cerca de 450 famílias do MST.
De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, não houve ordem de despejo do tribunal durante a pandemia. Esta ordem foi expedida há um ano, em 2019. Contudo, por conta de liminares, houve uma suspensão da ordem pelo desembargador Alberto Diniz.
Posteriormente, com mais informações, as partes chegaram a uma conciliação para a desocupação, que teria que acontecer neste ano. Assim, houve o pedido de prorrogação de prazo, de mais um mês, para esta desocupação. Prazo que, conforme o tribunal, foi concedido devido à pandemia. Com o vencimento deste prazo, a desocupação está sendo feita e os militares atuam na segurança do despejo.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) informou ao G1 que solicitou a suspensão do cumprimento da ordem judicial para reintegração de posse da área, durante a pandemia da Covid-19, mas o pedido não foi acatado pelo TJMG. Em nota enviada ao G1, o Governo de MG informou que não tem competência para suspender a ordem judicial da reintegração de posse na área da usina.
(Com informações do G1 Vales de Minas)