Por David Ribeiro Jr.
O bacharel em Direito Nagib Nedir foi a público na manhã desta quarta-feira (19/08) contestar informações que foram veiculadas nas redes sociais na última semana dando conta de que ele seria funcionário-fantasma da Prefeitura de Teófilo Otoni, e que receberia um salário — de marajá — superior a R$ 9 mil mensais.
De acordo com Nagib, em entrevista que concedeu ao Programa Conexão 98, da Rádio 98 FM, o seu salário é a metade do valor que foi criminosamente, e danosamente, divulgado. Segundo ele, há cerca de dois meses o prefeito Getúlio Neiva o teria convidado para assumir o cargo de coordenador institucional do Município, cargo que também foi ocupado nesta gestão pelo consultor Bruno Balarini, hoje secretário municipal de Governo. A função de Nagib, de acordo com o que ficou acertado com o prefeito, seria representar o município de Teófilo Otoni junto às instâncias políticas superiores em BH, Brasília, e mesmo em outras localidades.
“Eu aceitei o convite porque é algo que gosto de fazer, e que eu sei fazer”, comentou Nagib na entrevista. Ele explicou ainda que, como tem bom trânsito junto ao Governo do Estado, terá a função de desbravar e abrir portas que resultem na defesa dos interesses de Teófilo Otoni, institucionalmente, junto ao Governo, junto aos deputados estaduais e federais, e também em Brasília, junto aos diferentes ministérios e ao Governo Federal como um tudo. Durante a entrevista Nagib chegou a dar o exemplo de que o deputado federal Fabinho Ramalho (PV) é o deputado majoritário na cidade, mas que, em havendo interesse de outros parlamentares para remeterem para cá recursos e projetos para ajudar o Município, a Prefeitura não pode recusar a ajuda de ninguém.
Quanto ao fato de morar em BH
Nagib mencionou que foi acusado de ser funcionário-fantasma porque, mesmo trabalhando para a Prefeitura de Teófilo Otoni, reside em Belo Horizonte. A este respeito ele explicou que a sua função é exatamente essa: estar fora da cidade defendendo os interesses do Município. Cabe a ele manter uma agenda de compromissos e contatos oficiais com parlamentares, secretários de Estado, diretores de órgãos estaduais, ministérios federais e outras instituições, sempre em busca de recursos, programas e convênios para Teófilo Otoni. Mas fez questão de ressaltar que, sempre que necessário, tira um tempo para estar aqui na cidade. “Às vezes eu passo alguns poucos dias aqui, mas às vezes passo uma semana, ou até mais, de acordo com a agenda e a necessidade do meu cargo. Estou sempre aqui conversando e discutindo ideias com o prefeito, com os secretários municipais, com o presidente da Câmara e com quem quer que seja que estiver interessado em ajudar a nossa cidade”, comentou.
Salário de Marajá
Nagib refutou veementemente que esteja recebendo um salário superior a R$ 9 mil mensais na Prefeitura. “Isso supera até o salário do secretário, que é o cargo máximo da estrutura administrativa das secretarias”, explicou ele. E disse mais: “sem falar que seria um acinte à população, num momento de crise financeira como o que a cidade e o País estão atravessando. E isso não faz parte da minha história de vida”, ressaltou.
Quanto ao valor recebido, Nagib disse que tratou-se de vencimentos acumulados de dois meses de trabalho. Segundo ele, inicialmente a sua documentação não estava de acordo com os critérios da CAIXA, onde são depositados os salários dos servidores municipais, e por isso não conseguiu receber no primeiro mês. Regularizada a documentação, foi lançada na folha de julho o salário correspondente ao mês de referência e ao mês anterior, que ainda não havia sido pago, daí o valor acumulado.
Nagib concluiu dizendo que, embora o Departamento de RH da Prefeitura tenha lançado os dois meses de salário conjuntamente, o que foi um erro, ele está impressionado em como algumas pessoas têm a coragem de colocar em xeque a moral alheia numa situação como esta sem se preocupar minimamente em consultar a verdade dos fatos.
Nagib não comentou se procurará a Polícia ou a Justiça para tomar as medidas cabíveis contra aqueles que o difamaram nas redes sociais. Mas também não disse o contrário — que esquecerá o assunto. Como costumo sempre dizer, quem viver, verá!