Por David Ribeiro Jr.
Nesta última semana o jornalista José Cangussu citou no jornal Tribuna Livre, Nº 344 (08 de julho de 2015), página 07, um artigo assinado por mim que foi publicado aqui mesmo no minasreporter.com no dia 23 de março de 2015 (leia o artigo aqui). Antes de tudo, cabe dizer que a citação muito me honrou. Não é todos os dias que se é chamado de “meu cronista predileto” por um profissional do calibre de José Cangussu. Apenas a título de esclarecimento, o texto do Tribuna Livre questionou a possibilidade de o PT de Teófilo Otoni vir a somar-se com o prefeito Getúlio Neiva nas eleições do ano quem.
Contudo, eu, de minha parte, continuo acreditando que no ano que vem teremos duas candidaturas distintas: uma de Getúlio Neiva, pelo PMDB (ou por qualquer partido para o qual possa migrar), e outra do PT. Inicialmente o nome petista é o do vereador Daniel Sucupira. Sinceramente, não acredito na possibilidade de fusão destas duas forças que, convenhamos, chegam a ser quase antagônicas. Falando como cidadão, eu até gostaria que essa união vingasse. Seria muito bom para a cidade não transformar a eleição do ano que vem em uma guerra de grupos. Mas duvido que o meu desejo se realize. Hoje eu ainda aposto na disputa ferrenha entre uma e outra dessas duas forças.
Porém, como eu disse naquele artigo, com base numa fonte que tenho na capital, não acredito que o Governo do Estado vá influenciar muito a campanha do PT em Teófilo Otoni. É claro que o governador será visto apertando a mão do candidato petista em santinhos e em materiais de propaganda institucional, seja este candidato Daniel Sucupira ou qualquer outro. Também acredito que, eventualmente aparecerá um ou outro secretário de estado pedindo votos para o candidato do PT, mas tudo feito de forma bem institucional, sem paixão. E a razão para o distanciamento técnico é simples: como já foi descrito naquele texto que escrevi em março, o grupo do governador Pimentel sabe que o PT de Teófilo Otoni é muito mais útil quando está fora do poder. E isso é simplesmente um fato. E, como Pimentel deseja ser reeleito, o grupo do governador quer um PT furioso em Teófilo Otoni em 2018, um PT que critique quem estiver à frente da Prefeitura à época, e insistindo no velho discurso de que só não vem mais benefícios para a cidade porque o prefeito é contra o PT. Por mais ridículo que isso pareça, a fórmula ainda funciona — infelizmente!
Só pra deixar claro, Teófilo Otoni não é a única cidade do Estado onde o PT local é mais importante “sem poder” do que “no poder”. A outra cidade onde o PT estadual, e mais especificamente o grupo do governador, não faz questão de eleger o prefeito, é Juiz de Fora, que é uma das maiores cidades do Estado. Lá, assim como aqui, o PT ajuda muito mais quando não está à frente de nada.
E antes que alguém tente me contestar nos comentários abaixo, faço questão de lembrar a todos de uma coisa: se eu estou enganado em minha análise, por que, então, a maioria dos cargos estaduais na região ainda estão sendo ocupados pelos mesmos nomes que estavam lá à época do governo tucano? Se esses cargos estivessem vazios, eu até que entenderia que o governador está dando um tempo para economizar e fazer caixa. Mas este não é o caso. Os cargos não estão sobrando. Há indicados tucanos à frente dos mesmos — o que já é motivo de sobra para uma pessoa sensata desconfiar e chegar à conclusão de que, assim como afirmei antes, o PT estadual, ou seja: o grupo do governador, prefere que o PT não vença as eleições em Teófilo Otoni no ano que vem.
E quer mais uma razão para endossar o meu raciocínio? Que tal esta? Como explicar que quando o governador visitou Teófilo Otoni para a instalação do fórum regional ele convidou o médico e vereador Dr. Samir, seu amigo pessoal de muitos anos, para estar com ele no palco, mas não destacou os vereadores petistas, só citando o nome da prefeita Maria José?
E para que não fiquem dúvidas a respeito do que estou escrevendo, não afirmei naquele texto, como não afirmo agora, que o grupo de Pimentel queira Getúlio como prefeito (o próprio Pimentel fez questão de não cumprimentar Getúlio no mesmo fórum regional onde ignorou os vereadores petistas). Para o grupo de Pimentel serve como prefeito qualquer um, desde que não seja alguém do PT. O nome de Getúlio só foi destacado porque é visto como o único nome que consegue vencer a enorme base popular do PT em Teófilo Otoni. Mas insisto: para eles não tem que ser Getúlio. Pode ser Edson Soares, por exemplo, ou qualquer outro que não seja do PT.
“Será que chega mesmo a este ponto?”, pode perguntar alguém.
Respondo: quem viver, verá!
