Por David Ribeiro Jr.
Desde o dia 05 de outubro, quando Fernando Pimentel foi anunciado vencedor na disputa pelo Governo de Minas, que começou em nossa região uma série de falatórios, sendo a maioria deles puro papo furado, sobre quem ocuparia esse e aquele cargo do Estado na cidade e região. Com a posse de Pimentel em 1º de janeiro, passou-se a uma frequente e cotidiana especulação sobre a nomeação que supostamente sairia namanhã seguinte no Diário Oficial para o cargo tal… e nunca que saía nada. Essa prática, a de conferir o Minas Gerais, acabou se tornando exercício de rotina para ver se alguém da cidade era nomeado para alguma coisa.
É claro que desde o primeiro momento se esperava que alguém filiado ao Partido dos Trabalhadores, o partido do governador, até por uma questão de conveniência, fosse o primeiro indicado, mesmo que fosse apenas para porteiro de prédio escolar estadual. Só que nem isso!
Mas enfim acabou a espera. Hoje, sábado, 21 de fevereiro, eis que o Diário Oficial do Estado traz estampada em sua primeira página — sim, na primeira página — a nomeação do consultor político Jorge Arcanjo para o cargo de assessor especial do governador em nossa cidade e região. “Nada mais justo”, dirão alguns, já que Jorge Arcanjo foi o coordenador da campanha vitoriosa de Pimentel. Mas, acredite, não se trata apenas de justiça. Em política nunca se trata apenas de justiça. Tudo tem um significado. E, acredite mais uma vez, a nomeação de Jorge Arcanjo sendo feita como a primeira do Governo do Estado na cidade — e na região, claro! — traz uma mensagem inequívoca. Já dizia o meu avô: “para o bom entendedor, um pingo é letra”. E, no caso específico da nomeação de Jorge Arcanjo, a canetada do governador traz uma mensagem pra lá de muito clara sobre um assunto bem polêmico.
Na edição 172 (12 a 18 de dezembro de 2014) do Jornal O REPÓRTER NOTÍCIAS eu mesmo escrevi um artigo que também foi publicado aqui no minasreporter.com e republicado em outros sites trazendo uma espécie de infográfico sobre quem teria prestígio e espaço político no governo de Fernando Pimentel. Você pode ler o artigo aqui. Observe bem que eu enumerei o consultor político Jorge Arcanjo como o quarto homem forte do governo Pimentel na cidade de Teófilo Otoni. Cá pra nós, eu estava errado. A nomeação de Jorge antes da nomeação dos apadrinhados dos outros nomes da lista, inclusive de deputados, vem deixar claro o verdadeiro equilíbrio de força, prestígio e influência junto ao governo do Estado.
Eu agora até consigo entender o porquê do prefeito Getúlio Neiva querer tanto Jorge Arcanjo como secretário da Prefeitura, inclusive, se fosse o caso, secretário de Governo. Aliás, por falar nisto, está mais do que claro agora a quem deve-se recorrer quando se precisar de um favor do Governo do Estado. É claro que aqueles nomes da lista do meu infográfico terão prestígio e influência junto ao governo também. Sim, terão. É claro que alguns petistas de tradição receberão cargos importantes e posarão como “representantes do governador” ou pseudorepresentantes, pelo menos. Mas, como eu disse antes, para bom entendedor, um pingo é letra. Ou, se você preferir, “meia palavra basta”. E a nomeação de Jorge Arcanjo, insisto, antes de todas as outras, vem dizer muito do caráter tecnicista do novo governo. Mas para quem pensa que isso é um problema, não, não é. Longe disto, é uma enorme virtude. E demonstra que o governador não veio para brincar de governar Minas Gerais.
Quem bom!
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