Por David Ribeiro Jr.
Nesta semana eu escrevi um texto cobrando dos nossos deputados que representam Teófilo Otoni, principalmente dos deputados federais, mais presença e efetiva participação na solução da grave crise da saúde em Teófilo Otoni. Leia o texto aqui.
Acontece que o meu tom acabou por indignar alguns puxa-sacos de parlamentares que me mandaram e-mails, me telefonaram, e até me abordaram na rua para dizer que eu já estou começando mal. Sabe o que eu fiz? Nada. Vou fazer agora, neste espaço:
Para todos vocês que me criticaram pelo texto, eu tenho algo a dizer: “vá te catar!”
Um desses puxa-sacos me mandou um e-mail me chamando de aparecido. Disse que eu só escrevo estas coisas porque quero aparecer. Eu, sinceramente, não entendi onde ele quer chegar com sua fala. Eu quero aparecer para quê? Até respondi ao e-mail fazendo exatamente esta pergunta, mas o energúmeno não me deu uma resposta até agora.
Veja bem: eu não sou candidato a vereador nas eleições do ano que vem; não tenho uma vida social intensa, ou seja, não sou de frequentar a festas e eventos sociais, a não ser que seja para trabalhar, mesmo militando na imprensa há quase vinte e dois anos. Então, eu quero aparecer para quê?… Eu já sou casado, tenho a autoestima num nível satisfatório, tenho bons amigos, sou muito feliz com a família e parentes… tenho portas abertas para trabalhar em rádios locais; já recebi convites para mais de uma emissora de televisão aqui e fora. Então, insisto: eu vou querer aparecer para quê?
Na verdade, não se trata de eu querer aparecer. Não se trata de eu ser aparecido. Trata-se, isso sim, dessa gente não ser esclarecida. Tudo o que escrevi no meu texto anterior era factual. Eu não inventei nada. E, como disse, também não vi nenhum deputado apresentando uma proposta concreta para ajudar a resolver o problema. Quem me acompanha neste espaço deve se lembrar de eu ter cobrado mais presença dos deputados locais na cidade e na região na campanha eleitoral do ano passado para que a população se sinta motivada a votar em candidatos locais. Embora eu tenha dito — e repito — que compreendo quando as pessoas preferem votar em candidatos corporativos, ou seja, os ligados aos muitos segmentos sociais, eu ainda defendia o voto nos candidatos da terra. Mas agora, no momento em que mais precisamos dos candidatos da terra — que agora nem são mais candidatos, já são deputados —, onde eles estão?
E para os puxa-sacos, quero propor para vocês um texto publicado também nesta semana onde mostramos aqui no minasreporter.com que os deputados federais, mesmo recebendo um polpudo aumento em seus vencimentos, vão trabalhar no máximo 9 (nove) dias em fevereiro. O texto está aqui. Apenas nove dias. Já pensou se esta moda pega. E, para o caso desses puxa-sacos ficarem com preguiça de clicar no link, trago a repetição de parte do texto a seguir, em vermelho:
Em Brasília, o Carnaval na Câmara dos Deputados começou no mesmo dia fixado pelo calendário gregoriano para os brasileiros comuns: 13 de fevereiro, sexta-feira. Mas os integrantes da Casa dos Horrores decidiram conceder-se uma folga mais prolongada. Enquanto o restante do país voltou ao trabalho na Quarta-Feira de Cinzas, os parlamentares vão descansar até o dia 24. Serão 11 dias longe do serviço.
Assim, no primeiro mês em que receberão o salário reajustado de R$ 26,7 mil para R$ 33,7 mil, os deputados terão trabalhado apenas nove dias – segundas e sextas ganharam há muito tempo o status de feriado. São R$ 3.744 por dia, fora “auxílios” para tudo e verbas suplementares. Coisa de país tão rico que sobra dinheiro até para a vadiagem com imunidade.
Então, senhores puxa-sacos, pensem que hoje sou eu que sofro com a crise da saúde em nossa cidade. Mas amanhã — não que eu esteja torcendo para isto — pode ser você.
