O senador Delcidio do Amaral (ex-PT-MS) corre o risco de ter seu mandato cassado por quebra de decoro parlamentar antes que o plenário do Senado decida sobre o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff.
O processo, aprovado nesta terça (3) pelo Conselho de Ética da Casa, será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado nesta quarta (4).
Se o colegiado referendar a decisão do conselho e aprovar o relatório que pede a cassação, o processo pode ser levado ao plenário da Casa ainda nesta semana.
Segundo a Folha de S.Paulo apurou, a presidente Dilma Rousseff tem pressionado o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), responsável por levar o caso à pauta do plenário, para que ele acelere o processo a fim de impedir que Delcídio possa votar no afastamento da presidente, o que está previsto para acontecer em 11 de maio.
Delcidio foi líder do governo Dilma em 2015 até ser preso em 25 de novembro. Logo após o episódio, dirigentes do PT condenaram as atitudes do senador que se sentiu abandonado pelo partido e pelo Planalto.
Ele foi solto em 19 de fevereiro e, pelas regras do Senado, poderia ter retomado os trabalhos na Casa. O parlamentar, no entanto, tirou cinco licenças médicas e, até esta terça, não havia retomado o exercício do mandato.
CALENDÁRIO
Delcídio já disse a diversos veículos de imprensa que pretende votar a favor do impeachment da presidente, a quem apoiava até ser preso.
É justamente isso que Dilma quer impedir. Se o Senado não votar o caso nesta quarta, o processo pode ser pautado na quinta (5) ou na próxima terça (10).
Os planos da petista, porém, podem ser prejudicados caso o relator do processo na CCJ, o senador de oposição Ricardo Ferraço (PSDB-ES) postergue a entrega de seu parecer.
O Conselho de Ética da Casa aprovou nesta terça o relatório pela perda definitiva do mandato do senador por ter se envolvido em tentativas de obstruir as investigações da Operação Lava Jato e pela suspeita de participar do esquema de corrupção da Petrobras.
Delcídio já admitiu envolvimento no petrolão e fechou acordo de delação premiada, implicando 74 pessoas no esquema. Com informações da Folhapress.
(Notícias ao Minuto)