Greve dos metroviários prejudica rotina do belo-horizontino

Greve dos metroviários prejudica rotina do belo-horizontino

Usuários que se dirigiram às estações de metrô encontraram os portões fechados nesta segunda
Usuários que se dirigiram às estações de metrô encontraram os portões fechados nesta segunda

Os metroviários de Minas Gerais iniciaram uma greve, às 0h desta segunda-feira (16), em protesto sobre o reajuste de 5,5% proposto à categoria. De acordo com os grevistas, a inflação do período é de 10,67%. A decisão foi tomada em uma reunião ocorrida na noite desta sexta-feira (13). A paralisação ocorrerá até as 14h, quando os metroviários se reunirão novamente com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

O TRT determinou à CBTU, por meio de liminar, que no mínimo 80% da frota funcione no horário de pico, entre 5h30 e 10h e das 16h às 20h de segunda a sexta-feira, e de, no mínimo, 50% nos demais horários. A decisão impõe multa de R$ 100 mil reais à CBTU caso não acate a decisão. O Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro), que arcará com a multa, disse que não cumprirá a determinação.

A CBTU informou que seu diretor-presidente, Marco Fireman, está em Brasília nesta segunda-feira (16), a partir das 10h, para negociar com os representantes dos metroviários. O objetivo é afastar a greve anunciada por eles e evitar prejuízos à população.

O profissional autônomo Guilherme Silva Pinto tinha agendamento no Detran e já tinha comprado a passagem de metrô com antecedência para não se atrasar. Morador do bairro Água Branca em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, ele chegou na estação Eldorado às 10h e esperava chegar na estação Central até às 11h. Com o serviço paralisado, Guilherme diz não deve conseguir chegar a tempo. “Agora não sei o que fazer, depender de ônibus aqui é horrível. Tá sempre lotado e a passagem é bem mais cara. Provavelmente vou chegar atrasado hoje”, preocupa-se.

O autônomo não foi o único a ter os planos alterados por conta da greve. A aposentada Tereza de Oliveira, de 82 anos, pegaria o metrô na estação Central com destino ao Minas Shopping. Ela pretendia trocar mercadorias em lojas do estabelecimento e logo depois voltar ao centro para fazer compras. “Agora vou ter que deixar para outro dia. Tirei a minha manhã para fazer isso e perdi a viagem”, afirma.

Reivindicações

Os metroviários pedem aumento real de 10% e cobertura da inflação, que fechou 2015 com 10,7%. Segundo o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), 240 mil passageiros devem ser afetados e cerca de 275 viagens/dia deixarão de ser realizadas. O salário-base dos metroviários atualmente é de R$1.383,84.

A Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) pediu reforço à BHTrans no fornecimento de linhas de ônibus próximos às estações.

Multa

O Tribunal Regional do Trabalho determinou uma escala mínima para a greve. Os trens devem rodar nos horários de pico, das 05h30 às 10h e de 16h às 20h. Nos outros horários e nos fins de semana, os metroviários devem manter 50% dos trens circulando. A multa pelo descumprimento é de R$100 mil.

Ainda de acordo com o Sindimetro-MG, a greve é por prazo indeterminado. Uma reunião deve ser realizada agora à tarde para tentar intermediar a questão.

Ampliação

O TRT informou a BHTrans, a Setop e a Transcon sobre a escala de metrô deferida para que as linhas de ônibus fossem readequadas e que aumentassem o número de veículos no horário da falta de trens. A BH Trans acatou o pedido, apesar de não informar um número preciso de coletivos a mais que circularão.

Reuniões

A presidente do Sindimetro, Alda Lúcia, informou que nesta segunda-feira (16), às 14h30, ocorrerá uma reunião na sede do TRT para decidirem a escala mínima de funcionamento. Logo após, será realizada assembleia com os metroviários para saber se concordarão com o que for acordado no TRT.

(Hoje em Dia)



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