Presidente apresentou nova série de notas de 50 pesos há quase um ano. Kelpers zombaram da novidade
“Ilhas Malvinas. Um amor soberano”. Este é o nome da nova série de notas de 50 pesos (menos de 17 reais) que começará a circular em março, como informou nesta segunda-feira o Banco Central da Argentina. As notas reforçam o discurso do governo de Cristina Kirchner, que em sua realidade paralela considera o arquipélago como parte do país, ignorando o fato de que ele é controlado pelos britânicos desde 1833.
As novas notas começarão a circular no mês que vem. Em uma das faces, reproduz o mapa do arquipélago e o mapa da América Latina e Caribe, em alusão “ao apoio recebido em âmbitos diplomáticos por parte dos países vizinhos, que transformaram a reivindicação pelas Malvinas em uma causa regional”, afirmou a instituição, em comunicado.
Também há ilustrações do cemitério de Darwin e do cruzador General Belgrano, afundado por torpedos lançados por um submarino nuclear inglês, em um reconhecimento aos mortos no conflito da década de 1980. O presidente do Banco Central, Alejandro Vanoli, disse que o objetivo da nova série é “incorporar a um elemento de uso diário e soberano por natureza como é a moeda, a demanda inabalável do povo argentino sobre as Ilhas Malvinas”, informou o Clarín.
As novas notas começarão a circular quase um ano depois de terem sido apresentadas pela presidente Cristina Kirchner, nos 32 anos da guerra com a Grã-Bretanha. Um perfil no Twitter administrado por kelpers – como são chamados os habitantes britânicos das Malvinas – zombou da nova nota, lembrando as dificuldades econômicas da Argentina: “A surpresa é eles poderem bancar uma impressão colorida”.
Popularidade – Não é apenas entre os kelpers que a popularidade de Cristina Kirchner está baixa. Uma pesquisa feita pela consultoria Managemente & Fit, divulgada nesta segunda-feira, aponta que a aprovação da presidente passou para 29,8%, ante os 32,5% registrados antes de o promotor Alberto Nisman acusá-la de conspirar para encobrir o envolvimento do Irã no atentado contra um centro judaico em Buenos Aires.
O levantamento ouviu 2.400 argentinos e mostrou que a desaprovação passou de 58,6% para 63,5%. “O principal fator para explicar tal queda é o caso Nisman”, disse o economista Maximo Pisa, da empresa responsável pela enquete.
Na semana passada, um protesto pedindo justiça e homenageando o promotor – encontrado morto no apartamento em que morava dias depois de apresentar a denúncia – reuniu aproximadamente 400.000 pessoas na capital argentina.
Outra pesquisa, divulgada pelo jornal Perfil, indicou que a popularidade da presidente caiu 4 pontos percentuais, chegando a 29,1% no fim de janeiro, em comparação com o mês anterior.
(Com agência EFE)