Larissa Leiros Baroni, do UOL, em São Paulo
Após aumentos nas taxas de água, energia e no preço dos combustíveis, o bolso dos brasileiros tende a ganhar um pequeno fôlego com a redução de até 22% na tarifa cobrada pelas chamadas de linhas fixas para móveis. A medida, anunciada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no início de fevereiro, entra em vigor a partir desta terça-feira (24).
As reduções variam de acordo com os diferentes tipos de ligações. A queda será menos expressiva nas chamadas feitas de telefone fixo para móvel com DDDs (discagem direta a distância) diferentes, que gira em torno de 12%.
As diminuições, no entanto, foram mais significativas nas ligações de telefone fixo para móvel com DDDs iguais. O consumidor tende a economizar em média 22% nessas operações. O minuto de uma ligação fixa feita em São Paulo (DDD 11) pela Telefônica, por exemplo, cairá de R$ 0,35 para R$ 0,27.
Já as chamadas feitas de telefone fixo para móvel com apenas o primeiro dígito do DDD em comum terão redução média de 14%. Ou seja, se um telefone fixo com DDD 61 liga para um telefone móvel com DDD 62 o valor da tarifa na Oi chega a cair de R$ 0,80 para R$ 0,69.
“Essa é a segunda redução anunciada em menos de um ano”, disse o superintendente de Competição da Anatel, Carlos Manuel Baigorri. A previsão, segundo ele, é que os preços dos serviços de telecomunicações mantenham o ritmo de queda até 2019.
Na opinião de João Carlos Lopes, professor de engenharia de computação do Instituto Mauá de Tecnologia, as quedas nos preços estão diretamente relacionadas a perda de mercado da telefonia fixa no Brasil. “A telefonia fixa tem perdido muito clientela, já que muitos têm optado pelo rede móvel pela praticidade”, apontou ele, que comparou a folga da rede de telefone fixo com o esgotamento da telefonia móvel. “Tanto é que o setor foi obrigado a adotar o nono dígito.”