Thomas Bach deu o prêmio máximo do movimento olímpico aos cariocas.
O Brasil “animou o mundo em tempos difíceis para todos”. Foi assim que o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, fechou os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, na noite deste domingo, no Maracanã, dando o prêmio máximo do movimento olímpico aos cariocas. Para ele, o evento foi “um milagre”.
A festa que marca o encerramento também deixa dúvidas sobre quem pagará pelo evento, além de uma clara indicação de recursos públicos serão usados para bancar o déficit. O dinheiro representa uma quebra de um promessa de sete anos de que o Rio-2016 não usaria recursos do estado, em um momento de rombo fiscal, desemprego e recessão.
O COI, porém, optou por um tom positivo e repleto de agradecimentos. Na noite deste domingo, Bach declarou encerrado o evento no Brasil, num discurso que misturou gíria, frases em português e um reconhecimento aos esforços de todos, diante da crise enfrentada no País. “Nós te amamos, brasileiros!”, disse, em português. Num outro trecho, ele ainda soltou um “valeu, voluntários!”.
“Nos últimos 16 dias, um Brasil unido animou o mundo, em tempos difíceis para todos nós”, disse, destacando “a irresistível alegria de viver”. “Vocês têm razão de estarem orgulhosos. Os Jogos mostraram que a diversidade enriquece o mundo. Essa Olimpíada celebrou a diversidade”, disse.
Num esforço de se distanciar de qualquer futura polêmica, Bach adotou uma estratégia de sedução. “Chegamos ao Brasil como convidados. Saímos como seus amigos”, disse. “Vocês sempre terão um lugar em nossos corações”, insistiu. “Estes foram Jogos Olímpicos maravilhosos, na cidade maravilhosa”, declarou.
Bach voltou a insistir que haverá uma cidade do Rio “antes e depois dos Jogos” e que o evento será comentador gerações.
Num gesto também de agradecimento aos esforços dos cidadãos do Rio, Bach ainda anunciou que a Copa Olímpica, a maior medalha da instituição, vai para “os cariocas”. Seis deles foram escolhidos para receber o prêmio em nome da cidade, todos vindos de programas sociais.
Há 110 anos, o Barão Pierre de Coubertin criou a premiação para pessoas que tenham feito gestos pelo movimento olímpicos. “Nesta noite, a Copa vai aos cariocas”. Apesar do gesto, o mesmo já ocorreu em 2012 com os cidadãos de Londres, em Pequim em 2008 e, em 2004, em Atenas.
NUZMAN
Chamando como “grande vitória”, o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman insistiu que os Jogos provaram que o País tem a capacidade de fazer o maior evento do mundo e que “o desafio foi superado”.
“O Rio se transformou e se modernizou. Ela é outra. É uma cidade melhor”, disse. “Foram sete anos de muita luta e trabalho. Foi um grande desafio. Mas com sucesso. Todos os brasileiros são heróis olímpicos”, completou, num discurso que, à medida que se alongava, era vaiado.
(Superesportes)