Zwi Skornicki, um dos delatores da Lava Jato, diz ter pago a Luiz Sérgio (PT-RJ) em troca de não ser convocado a depor na CPI.
O lobista Zwi Skornicki, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou à Procuradoria-Geral da República que o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) atuou para que ele não fosse convocado a depor na CPI da Petrobrás de 2015. Sérgio era relator da Comissão Parlamentar de Inquérito que apurava fraudes na estatal.
Na decisão que homologou o acordo de delação de Zwi, o ministro Teori Zawascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), transcreveu trecho de requerimento do Ministério Público Federal.
“Com relação à participação de autoridades com prerrogativa de foro, o colaborador, em seus termos 11 e 13, afirmou que a empresa Keppel pagou parte da propina ajustada com João Vaccari (ex-tesoureiro do PT) em nome do Partido dos Trabalhadores para o deputado Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira. Este mesmo parlamentar teria intercedido para a não convocação do colaborador à CPI da Petrobras”, afirma a Procuradoria.
Teori destaca ainda outro trecho do requerimento do Ministério Público Federal: “embora o referido parlamentar não consta ainda no rol de investigados da Lava Jato, os fatos trazidos pelo colaborador impactam diretamente (pelo menos e por ora) a investigação em curso”.
Em 22 de outubro do ano passado, a CPI da Petrobras aprovou o relatório final apresentado pelo deputado Luiz Sérgio. O relatório foi aprovado por 17 a 9, com uma abstenção, conforme informou a Câmara na ocasião. O relatório isentou de responsabilidade em irregularidades na Petrobras o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli.
(Com Estadão Conteúdo)