Sobrevivente nega ter seguido protocolo de segurança no avião: ‘Não disse nada disso’

Sobrevivente nega ter seguido protocolo de segurança no avião: ‘Não disse nada disso’

Erwin Tumiri, sobrevivente de tragédia na Colômbia, retornou à Bolívia (© Getty)
Erwin Tumiri, sobrevivente de tragédia na Colômbia, retornou à Bolívia (© Getty)

Sobrevivente do trágico acidente envolvendo o avião da Chapecoense na última terça-feira, o comissário boliviano Erwin Tumiri negou que tenha seguido os protocolos de segurança no momento da queda da aeronave. Anteriormente, as informações davam conta de que o procedimento teria ajudado a salvar a vida do comissário. No entanto, Erwin Tumiri disse não ter dado entrevista ao jornal boliviano La Razón e afirmou que em nenhum momento o risco de acidente foi comunicado aos passageiros do voo.

Avisaram que iríamos pousar, um pouso normal (sobre o protocolo de segurança). Não disse nada disso para a imprensa. É a primeira vez que estou falando com a imprensa. Ninguém percebeu que ia cair. Todos estavam prontos para pousar, normal. Em nenhum momento fiz isso (ficar na posição fetal). Era a preparação para um pouso normal”, disse Tumiri em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.

O boliviano também contou detalhes do acidente, e afirmou que não sabia que a aeronave da Lamia iria direto de Santa Cruz de La Sierra para Medellín, sem fazer escalas.

Nós, como técnicos, fazemos o pré-voo. Temos uma lista de checagem do que é preciso fazer. Eu fiz o relatório de que iríamos até Cobija. No momento da decolagem, eu voltei a perguntar: ‘Vamos até Cobija?’ ‘Vamos até Medellín’, ele (piloto Miguel Quiroga) me disse”, contou Tumiri.

No momento do acidente era como um pesadelo, porque nem eu mesmo acreditava. Acordei e pensei: ‘O que aconteceu aqui?”. O que fiz foi pegar minha lanterna, iluminar e gritar por socorro. Comecei a piscar a lanterna para que me vissem. Ximena (outra sobrevivente) estava a cinco metros de mim; eu estava com o rosto no chão e levantei assustado. Levantei de repente e corri em direção a ela. Ela estava presa e gritando. Quando me viu foi se acalmando e eu disse: “Vamos embora”. Era mato, escuro e eu pensei em ir em direção ao aeroporto. Vi muitos corpos espalhados, mas não tinha o que fazer. Eu também não via sinais de vida e, além disso, me preocupava se o avião fosse explodir. Por isso fui me afastando com Ximena”, afirmou o boliviano.

Tumiri, que deseja continuar na aviação, ainda revelou que teve uma conversa com o técnico Caio Júnior durante a viagem. E o boliviano disse que no futuro pretende visitar a cidade de Chapecó.

Falei com o técnico (Caio Júnior) e ele estava me ensinando a falar Português. Quando disseram ‘afivelem os cintos, vamos pousar’, todos voltaram para as suas poltronas. As luzes se apagaram e começou a vibrar. Pensei que era do pouso, mas não foi. Apenas ouvi e não me lembro de mais nada. Depois me levantei do chão”, recordou.

Quero ir para Chapecó e conhecer a cidade um dia desses, porque às vezes eu sinto como se tivesse sido salvo por eles. É como se eles tivessem dado a vida deles pela minha”, encerrou.



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