Quando eu vi a população de Teófilo Otoni sair às ruas no domingo, 15 de março, admito que até me emocionei. Adultos, jovens e crianças foram às ruas para protestar e manifestar a sua indignação com uma série de situações que deixam o povo revoltado — principalmente a corrupção generalizada que tomou conta do Governo Federal, e que é cotidianamente denunciada e criticada pela imprensa nacional.
Eu não quero, aqui, jogar para a torcida. Quando digo que estou feliz é porque estou feliz mesmo. Talvez alguns se levantem de sua poltrona e digam que isso é loucura — que os manifestantes não passam de insatisfeitos e inconformados, e coisas e tal… mas eu não concordo com esses argumentos. Eu penso que os manifestantes são cidadãos que, legitimamente, sentem-se indignados por não se sentirem respeitados em seus direitos fundamentais constitucionalmente assegurados.
E mais importante do que isso, o que me anima é ver que as pessoas estão abandonando o estado de semiprostração em que o nosso povo vivia para se manifestarem de forma direta e ativa, e, assim, construir uma nova realidade social. É bem verdade que um movimento como o que vimos agora, formado por convocações em redes sociais e, portanto, sem a figura icônica de um líder, pode sofrer da falta de uma pauta plausível de reivindicações. Mas, pelo menos em minha maneira de ver as coisas, só o fato de a população ter despertado para a sua força já é um motivo para comemorar — e sem falar, também, que protestar contra a corrupção dominante já é uma pauta mais do que plausível.
Outra coisa que precisa ficar bem clara é que as manifestações não se tratam de um terceiro turno das eleições presidenciais, como alguns tentam afirmar. Não, não são. Na verdade é um chamamento para a governabilidade por parte dos que venceram. O que o povo quer é ser levado a sério. Pagamos os mais altos impostos do mundo, mas, enquanto povo, não recebemos serviços públicos compatíveis com a carga tributária que pagamos. É hora de protestarmos, sim, e de fazer a nossa voz ser ouvida. Que bom que a população entendeu que vale a pena lutar por mais! Sempre vale a pena lutar por mais!
É por causa da luta de muitos que a democracia se estabeleceu. Agora é o momento de muitos lutarem para que o Brasil se estabeleça como uma nação verdadeiramente forte, com cada indivíduo participando ativamente do progresso do seu país.
Agora o povo só precisa se organizar para manter uma pauta de reivindicações razoáveis e constantes. E, claro, também é preciso que essas mesmas pessoas que foram as ruas aprendam a votar nas próximas eleições, nunca vendendo o voto para quem pagar mais. E sigamos em frente!