O Atlético divulgou, na noite desta terça-feira, uma mudança no projeto de construção da Arena MRV. Por meio do Twitter, o clube alvinegro informou o aumento da capacidade do estádio Elias Kalil de 41.800 para 47 mil torcedores. Segundo a publicação, a alteração não aumentará o custo da obra, orçada em R$ 410 milhões.
Inicialmente, o Atlético previa a construção de um estádio com capacidade para 50 mil pessoas – valor reduzido para 46 mil e, posteriormente, para os 41.800. O aumento de mais de 5 mil lugares anunciado nesta terça-feira se deve a um estudo da equipe técnica responsável pela obra. A empresa que conduziu a elaboração do projeto da Arena MRV foi a Farkasvölgyi Arquitetura.
Em 18 de setembro de 2017, o Conselho Deliberativo do Atlético aprovou a venda de 50,1% do Diamond Mall, shopping localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, como forma de viabilizar a construção do estádio. À época, um total de 389 conselheiros podiam votar. O ‘Sim’ recebeu 325 votos, contra apenas 12 do ‘Não’. Na ocasião, o projeto apresentado previa 41.800 lugares na arena.
Pouco menos de dois meses depois, os conselheiros aprovaram o nome oficial do estádio. A escolha é uma homenagem ao ex-presidente Elias Kalil, que dirigiu o clube entre 1980 e 1985. O ex-comandante é pai de Alexandre Kalil, outro ex-mandatário do Atlético e atual prefeito de Belo Horizonte.
Valores
O estádio alvinegro está orçado em R$ 410 milhões. A venda de parte do Diamond Mall para a Multiplan, administradora de shoppings centers, renderá R$ 250 milhões ao clube, que investirá o valor na obra. Os outros R$ 160 milhões serão conseguidos da seguinte forma:
- Naming Rights: R$ 60 milhões (MRV)
- Venda de cadeiras cativas: R$ 100 milhões (60% já garantidos pelo BMG)
O terreno em que o estádio será erguido é orçado em R$ 50 milhões e foi doado por Rubens Menin, dono da MRV e conselheiro do Atlético. A arena ficará no bairro Califórnia, Região Noroeste de Belo Horizonte.
De acordo com os responsáveis pelo projeto, o clube alvinegro estabeleceu um formato de negócio que impossibilita eventuais aumentos de preço para a construção do estádio. Qualquer tipo de modificação no valor previsto deverá ser arcado pela empresa responsável pela obra.
Prazos
Inicialmente, o Atlético previa o início das obras para março ou abril de 2018 (veja, no final do texto, o detalhamento de cada passo até o começo da construção). O prazo, entretanto, deve mudar em função do atraso de etapas anteriores. O primeiro passo é o envio do projeto do estádio pelo prefeito Alexandre Kalil para a apreciação dos vereadores.
Depois da eventual aprovação dos parlamentares, o texto passa também por outras instâncias governamentais, como o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) e a Secretaria de Regulação Urbana. Só depois desse processo formal é que a a construção poderá se iniciar.
A previsão de quem estruturou o projeto é que a obra dure entre 28 e 30 meses. Dessa forma, de acordo com o planejamento inicial, o Atlético terá o novo estádio à disposição no final de 2020. Esta semana, o presidente Sérgio Sette Câmara disse que tudo ‘está dentro do cronograma estabelecido’.
“Está dentro do cronograma que foi estabelecido. A gente acredita que, neste semestre, vamos dar início às obras. É o que a gente espera. Existem alguns obstáculos a serem vencidos. Tecnicamente falando, não posso dizer nada, porque não tenho conhecimento. Sei que aprovação de projeto, entre outras coisas, nem sempre acontece dentro de um prazo que a gente gostaria que se efetivasse. Se tudo ocorrer bem e os obstáculos forem ultrapassados, ainda neste semestre a gente vai começar as obras”, disse.
Em 19 de janeiro, Rafael Menin, filho do presidente da MRV, Rubens Menin, publicou no Twitter uma mensagem que deixou os atleticanos animados. “Em breve o torcedor terá boas notícias sobre a Arena MRV. Muita coisa foi feita nos últimos 60 dias e daqui a poucos meses as máquinas começarão os trabalho”, escreveu.
O projeto
Segundo o planejamento do Atlético, os torcedores que frequentarem a Arena MRV ocuparão arquibancadas divididas em 12 setores – dois deles destinados à antiga ‘geral’, com ingressos comercializados a preços populares. Além dos jogos de futebol, a ideia é receber outros eventos, como shows, festivais e feiras. O objetivo é tornar o estádio ‘multiuso’ a fim de viabilizar economicamente a instalação. Para isso, a esplanada de 46 mil metros quadrados é considerada um ‘diferencial’.
A ideia é que o estádio se assemelhe a um ‘caldeirão’, com apenas 8m de separação entre o gramado e as cadeiras. A Arena MRV terá 46 bares, 36 camarotes e um estacionamento com 2,6 mil vagas. O setor VIP poderá receber até 3,6 mil torcedores.