(Por Juliana Cipriani | Estado de Minas)
O senador Antonio Anastasia (PSDB) ouviu na manhã desta sexta-feira (16) um novo apelo para concorrer ao governo de Minas Gerais e retribuiu, em tom de pré-campanha, pregando a união do seu grupo político para dar um “basta” ao governo Fernando Pimentel (PT). Ao participar das comemorações do aniversário de Ouro Fino, no Sul do estado — e tendo o deputado federal Rodrigo Pacheco ao lado —, o tucano foi apontado como o melhor nome para unir as oposições e disputar o Palácio da Liberdade.
O porta-voz do pedido para Anastasia concorrer ao Governo foi o deputado estadual Dalmo Ribeiro (PSDB), que disse falar em nome das bancadas de deputados estaduais e federais de Minas e dos prefeitos. “O senhor que tão bem representa Minas no Senado precisa estar conosco. Minas nunca faltou com seu papel na história”, disse se dirigindo a Anastasia. Os 35 prefeitos e 70 lideranças presentes aplaudiram.
Dalmo Ribeiro pediu que Anastasia aceite ser o “timoneiro” neste momento de travessia pelo qual Minas Gerais passa. “Tenho certeza que a voz unânime de todos os mineiros e prefeitos é que vossa excelência repense (a decisão de não concorrer)”. O parlamentar pediu ao ex-governador para assumir o estado “para que possamos ter um governo austero, com ética e moralidade”.
O prefeito de Ouro Fino, Maurício Lemes (MDB), afagou os dois possíveis candidatos presentes. Disse que 90% dos prefeitos do Sul hoje apoiam Pacheco, mas que ele poderia formar uma dupla com Anastasia. “Nós estamos com o Rodrigo Pacheco especialmente porque o governador Anastasia acenou na direção dele, mas se o governador resolver ser candidato, quem sabe a dobradinha aqui não seria a ideal?”, sugeriu.
Apelo a prefeitos
Anastasia conclamou os prefeitos e lideranças locais a ajudarem a oposição ao governador Fernando Pimentel a chegar ao poder. Sem confirmar ou negar a própria candidatura, o tucano subiu o tom das críticas ao governo petista e disse que precisaria de pelo menos cinco dias para apontar todos os desatinos cometidos pela gestão petista.
Segundo o ex-governador, a força dos prefeitos é necessária para dar um “não”, um “chega” ao atual governo de Minas. “Basta, não toleramos mais”, disse. Anastaia exaltou feitos de sua gestão no Palácio da Liberdade e disse que Pimentel acabou com eles.
O tucano disse lamentar ter encontrado estradas esburacadas ao viajar de carro para a cidade e começou a listar perdas: “Pró MG tinha, não tem mais. ‘Poupança Jovem’, tinha e não tem mais. O ‘Caminhos de Minas’ tinha e não tem mais”, afirmou. Segundo Anastasia “até um simples mata-burro, que tínhamos milhares, não tem mais”, afirmou. Em entrevista à imprensa local, o senador tucano disse que seu futuro está indefinido. “Política é muito dinâmica. Estou recebendo muitos apelos, conversando com aliados, para uma possível decisão”, disse.
Prazo para responder
Anastasia, que vinha negando incisivamente sua candidatura ao governo, pediu um prazo até segunda-feira (19) para responder ao PSDB se vai concorrer ao Palácio. A pressão para que ele concorra vem principalmente dos deputados estaduais e federais e do pré-candidato a presidente tucano, Geraldo Alckmin.
O senador tucano, que é um dos entusiastas da candidatura de Rodrigo Pacheco, aproveitou a presença dele para fazer elogios. Anastasia chamou o parlamentar de “revelação” e disse que sempre defendeu a tese da renovação na política.