No Diário Tribuna:
O assessor especial do governador Fernando Pimentel para o Vale do Mucuri, JORGE ARCANJO, recebeu o Diário Tribuna em seu escritório, anexo ao DER/MG, em Teófilo Otoni, ocasião em que respondeu uma série de perguntas sobre a atuação do Governo do Estado, sua proximidade com o prefeito Daniel Sucupira e também sobre sua pré-candidatura a deputado estadual pelo antigo PSDC, hoje “Democracia Cristã”. ARCANJO afirmou que a sua candidatura tem avançado de vento em popa, e que todos os dias tem arrebanhado mais simpatizantes e apoiadores em toda a região do Nordeste Mineiro. Acompanhe:
DIÁRIO TRIBUNA: Você acaba de constituir o diretório municipal do seu partido, a Democracia Cristã, e se elegeu presidente. Isso faz parte da sua estratégia para se eleger deputado estadual?
JORGE ARCANJO — Veja bem: Quando estamos na vida pública, todas as nossas ações e atitudes acabam se cruzando e se conectando. Então, de certa forma, o fato de eu assumir agora como presidente do Diretório Municipal da Democracia Cristã acaba se associando, sim, à minha pré-candidatura, embora, evidentemente, as duas coisas possam existir de forma separada. E por que digo isso? Porque já estou na Presidência do partido, até então uma comissão provisória, desde 2015. Em 2016, à frente do PSDC, eu fui um dos coordenadores da campanha do então candidato à Prefeitura, Daniel Sucupira, e conseguimos emplacar na chapa a figura do vice, o nosso querido e saudoso Dr. José Roberto Correia, que era filiado ao nosso partido. O que aconteceu no dia 19 de fevereiro deste ano foi que convertemos a então comissão provisória em diretório municipal. E, como manda a lei, realizamos uma convenção no auditório da OAB para eleger a constituição do diretório. Eu fui eleito presidente e elegemos o médico Dr. Cícero Saraiva, diretor técnico do Hospital Santa Rosália, como nosso 1º vice-presidente, e o secretário municipal de Serviços Urbanos, o Tenente Baía, como nosso 2º vice-presidente, além de todos os demais membros do diretório.
D T: Por que o partido mudou de nome, de “Partido da Social Democracia Cristã” para apenas “Democracia Cristã”?
J A — Por uma mera questão de evolução social. Como nós temos muitos partidos no Brasil, e em nosso país todo partido deve ter amplitude nacional, diferentemente dos Estados Unidos, por exemplo, onde se permite partidos estaduais, municipais e com vigência por tempo limitado, as pessoas acabam se confundindo com relação aos nomes e siglas dos partidos. Foi por isso que optamos por tornar o Partido da Social Democracia Cristã apenas “Democracia Cristã”. Mas que fique claro que não aprovamos a mudança para disfarçar interesses escusos, como outros partidos fizeram, ou para ficarmos bem na fita com a população, como alguns outros também fizeram. O PSDC já era um partido exemplar em todo o território nacional, e um dos poucos que, em seu estatuto, já prevê que todos os nossos líderes sejam “ficha limpa”. Esse nosso conteúdo programático se manteve. A Democracia Cristã, como o próprio nome sugere, tem compromisso com o Brasil e com a sua ideologia de valores morais.
D T: Você também é vice-presidente do partido em nível estadual…
J A — Sou, sim, e digo isso orgulhosamente. Eu fiquei muito feliz e honrado quando o nosso presidente Alessandro Marques, que também é presidente da COHAB em Minas, me ligou e me fez o convite para compor a chapa do Diretório Estadual do partido na condição de vice-presidente. Eu penso que esse convite resultou da constatação de que o maior crescimento do PSDC em Minas se deu exatamente em nossa região, nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, onde temos hoje um volume recorde de prefeitos, vereadores e novos filiados, que é fruto do nosso trabalho de expansão do partido.
D T: É verdade que você foi recentemente convidado para assumir uma cadeira de secretário na Administração do prefeito Daniel Sucupira? Se sim, qual?
J A — Eu fui… “novamente” convidado. O primeiro convite foi ainda quando o prefeito estava fazendo a composição do seu secretariado, no final de 2016, logo depois da sua eleição. Na ocasião ele me ofereceu uma de duas secretarias. Porém, naquele momento o Governo do Estado, onde sou assessor do governador Fernando Pimentel para o Vale do Mucuri, entendeu que seria mais importante para o nosso projeto político que eu me mantivesse onde estava, claro que ajudando ao prefeito no que fosse possível de forma institucional. É claro que o nosso partido foi prestigiado, sim, com a indicação do Dr. José Roberto Correia como secretário de Saúde, e posteriormente com o Tenente Baía como secretário de Meio Ambiente, hoje secretário de Serviços Urbanos. Agora, recentemente, eu fui novamente sondado para assumir um cargo de primeiro escalão na Prefeitura, para ajudar o prefeito em um determinado projeto sobre o qual, por uma questão de respeito e estratégia, não vou discorrer muito. Só que aí eu ponderei o seguinte: Como eu pretendo apresentar o meu nome como candidato à deputado estadual na convenção do meu partido, teria que renunciar do cargo com poucos dias. Então preferi não aceitar o convite, mas novamente estou à disposição do prefeito e da sua Administração para ajudar em tudo aquilo que estiver ao meu alcance, seja como cidadão, seja como assessor do governador Pimentel.
D T: Você não tem medo de que o desgaste do governo estadual em algumas áreas respingue na sua pré-candidatura a deputado estadual?
J A — De modo algum. Até porque o governo de Fernando Pimentel tem, sim, algum desgaste, mas que é o resultado de uma oposição ferrenha que tenta atrapalhar todas as iniciativas do governador. Para você ter uma ideia dessa situação, Pimentel recebeu um Estado com um orçamento deficitário em mais de sete bilhões de reais, e mesmo assim tem conseguido fazer com que a máquina pública mineira continue funcionando. O Rio de Janeiro é um estado muito mais rico e está falido. Minas, por sua vez, tem avançado. Que há problemas? Há… mas como consequência da crise econômica que tirou muitos dos recursos dos estados e municípios nos últimos anos. Do ponto de vista prático, o governador Fernando Pimentel tem conseguido tirar leite de pedras. Pode atrasar o pagamento de uma determinada rubrica aqui hoje, como foi o caso recente do transporte escolar, mas ele logo consegue fazer um remanejamento contábil de outras áreas para pagar a conta. Alguns funcionários públicos reclamam do parcelamento dos salários, e eu entendo que a reclamação é legítima; mas, veja você, que nos outros estados os salários estão atrasados em até oito meses. Aqui em Minas há parcelamento, mas os salários são pagos dentro do mês corrente. Eu tenho certeza de que os mineiros saberão reconhecer os esforços do governador para não deixar que Minas volte ao atraso de antes. E, além de reeleger Fernando Pimentel, a população também elegerá deputados que darão suporte e respaldo ao seu segundo governo na Assembleia Legislativa. E eu pretendo estar entre esses deputados que darão suporte ao governador.
D T: Você é um homem declaradamente pobre. Como pretende disputar com outros candidatos que são, reconhecidamente ricos, e para quem não falta dinheiro para a campanha?
J A — Muita oportuna essa pergunta. Mas veja bem: A Operação Lava Jato veio inaugurar um novo conceito de política no Brasil. Hoje o cidadão não quer mais votar em político corrupto, ficha suja, ou que não tenha trabalho prestado para a comunidade. E, por favor, não interprete que eu estou dizendo que todo rico é corrupto. É claro que não! Porém, é um fato que a maioria dos corruptos é rica. E aí é que está o problema. Há poucos dias eu estava numa reunião de apoiadores na cidade de Poté e nessa reunião os amigos estavam me chamando de deputado, como seu eu já tivesse mandato. Foi então que uma senhora muito simples disse que não votaria em mim porque eu já era deputado e tanto ela quanto os seus familiares se decidiram a não votar nos nomes que aí estão. Este é um sentimento que vem se tornando comum à maior parte da população. O nosso povo, com o acesso que tem às redes sociais, está evoluindo e não quer mais votar em candidato que tem o nome sujo, que já faz parte de alguma panela, ou que tenha prometido e não cumprido, por mais rico que esse candidato seja. As pessoas hoje não querem mais votar em candidatos que sejam vistos como suas excelências, cheios do dinheiro. O povo quer votar em gente como a gente. E é exatamente por isso que, modéstias à parte, a nossa pré-campanha está indo de vento em popa, arrebanhando todos os dias novos simpatizantes e apoiadores, mesmo sendo levada a cabo sem dinheiro algum, só com o apoio dos amigos e com o compartilhamento das nossas ações e ideias nas redes sociais.
D T: Num país onde há uma burocracia dominante, como é o caso do Brasil, e Minas Gerais faz parte disso, tão importante quanto se eleger é conseguir se reeleger para realizar projetos que sejam viáveis e que agradem à população. Você já pensou a respeito disso?
J A — Outra ótima pergunta. Uma das razões que faz parecer que é necessário um tempo maior para desenvolver grandes projetos é porque alguns dos nomes que sempre nos representaram defendiam projetos que, na prática, eram megalomaníacos. Quando você se dá conta da verdadeira realidade do nosso Estado, e da região que você representará no Estado, no meu caso o Nordeste Mineiro, precisamos avaliar criticamente o nosso potencial de realizações. Eu sempre levei isso em consideração. Além de ter me formado em Direito, eu converso com as pessoas, eu saio, eu me exponho, eu interajo e, com isso, tenho uma boa noção do que o nosso povo realmente quer e precisa. Foi por isso, inclusive, que eu, orgulhosamente, fui o primeiro pré-candidato a aceitar o desafio do Sindicomércio Teófilo Otoni, que criou a plataforma 3vales.org.br, para valorizar o voto local em candidatos que sejam também locais, ou com compromisso com as necessidades locais. Ali eu apresentei o meu programa de trabalho fundamentado em três eixos que só não vou descrever aqui para ninguém dizer que estou fazendo propaganda extemporânea. Basta ir lá no site 3vales.org.br e você verá o meu programa lá. Eu defendo apenas bandeiras que tenho certeza serem viáveis e possíveis de serem levadas a cabo no intervalo de quatro anos, que é a duração do mandato. E há algo mais que eu gostaria de acrescentar, e isso eu acho que posso falar, é que, quando eleito, pretendo, no meu primeiro dia de mandato, inaugurar um escritório parlamentar aqui em Teófilo Otoni para manter um canal de comunicação permanente com a nossa gente.