Amália Goulart, que escreve sobre política no Jornal Hoje em Dia, publicou ontem em sua coluna :
O que começou como uma ameaça ao governador Fernando Pimentel (PT), com o início da tramitação do processo de impedimento na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), já é um pesadelo para o Palácio da Liberdade.
Na prática, a única forma de o petista salvar a aliança com o MDB e de evitar um extenso processo de impeachment é ceder ao presidente da Assembleia (Legislativa), Adalclever Lopes (MDB), e desagradar, consequentemente, ao grupo de auxiliares mais próximo. O que significa dizer que Pimentel tem poucos dias para convencer a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a não se candidatar ao Senado, deixando o caminho aberto para Adalclever, e desistir em indicar o secretário da Casa Civil, Marco Antonio Rezende, para a vaga aberta no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG). Para essa vaga, quem está de olho é o líder do governo, Durval Ângelo (PT).
O jogo é complexo. Adalclever mostrou que não está disposto a ceder e conta com a simpatia de aliados de Pimentel. Isso porque muitos deputados da base mantêm insatisfação crescente quanto a membros do Executivo. As 62 demissões da Assembleia, de servidores indicados por integrantes do Executivo, por exemplo, foram entendidas na Casa como um claro recado a quatro articuladores do governador: o ex-secretário Odair Cunha (PT), o próprio Marco Antônio Rezende, o secretário de Planejamento Helvécio Magalhães (PT) e Eduardo Serrano, homem de confiança de Pimentel. Para se ter ideia, a esposa de Serrano está entre as exoneradas, bem como a mulher de Paulo Moura, outro petista com cargo no governo que acompanha Pimentel desde os tempos da Prefeitura de BH.
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Hoje, mais um capítulo da batalha entre governo e legislativo terá vez. A Mesa Diretora pode retomar o processo de impeachment suspenso na última semana. Aí, será conferido um prazo para a composição da Comissão Especial.
O que está em jogo para Pimentel não é o mandato, mas também a campanha pela reeleição. Sem o MDB, a base fica mais fraca, abrindo espaço para uma disputa mais acirrada do que a que já se avizinha com a oposição, que assiste de camarote a guerra dentro da situação.
Leia na íntegra no Hoje em Dia.