As recentes notícias de que o regime militar de 1964 autorizou a morte de dezenas de brasileiros trouxeram mais lenha na fogueira da instabilidade política.
Trata-se de mais um capítulo da nossa mal resolvida história. A narrativa é estarrecedora e de lamentável conteúdo, entretanto, deve ser apurada antes que se dê a devida credibilidade. Isso é o que deve acontecer para todos os casos de acusações, garantindo aos acusados o direito à ampla defesa e ao contraditório. A presunção de inocência deve-se aplicar a todos, não apenas, como querem alguns, que seja aplicado para alguns.
O mais intrigante nessa história é, em primeiro lugar, de onde partiu essa informação: a Central de Inteligência Americana – CIA, que controla o mundo inteiro, para a preservação dos interesses econômicos e políticos dos Estados Unidos. Este, como todos nós sabemos, tem uma ingerência nos governos de todos os países, sempre capitaneando o fortalecimento do seu imperialismo, para isso, utilizando-se de táticas tanto extravagantes quanto discretas. Em segundo lugar, o porquê só agora fora autorizado a sua divulgação, transcorridos mais de 40 anos, ainda mais, num momento o qual menos precisamos é de discussões divisionistas e fratricidas, exceto para aqueles que desejam manter a colonização do país, ou se beneficiar pessoalmente com o enfraquecimento das suas instituições. E, em terceiro e último lugar, qual foi o meio de obtenção dessas informações.
A CIA, na época da ditadura e até hoje, espiona os governos brasileiros, de forma clandestina e subserviente das autoridades, para utilizar essas informações na sublevação das massas contra a estabilidade nacional.
Não minimizando as graves acusações que as tais narrativas trazem, elas, ao que me parece, tratam, diante do contexto atual, ser mais um despiste ou distração, para a facilitar a continuidade do grande desmonte do estado brasileiro, com a entrega das riquezas, da soberania e da liberdade nacionais. Jesus Cristo disse no livro de Marcos 3.24, certa vez o seguinte: “Um reino divido contra si não subsiste”, certo é que a paráfrase: “O Brasil divido contra si não subsistirá”, será o triste desfecho para a nossa nação.
Márcio Barbosa dos Reis
Membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e auditor fiscal da Receita Estadual
E-mail: marciobareis@outlook.com
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