— Por David Ribeiro Jr. —
No próximo dia 1º de agosto o jovem vereador GABRIEL GUSMÃO DIAS SVIZZERO comemorará 27 anos. Apesar da pouca idade, já é considerado um dos mais influentes nomes da Câmara Municipal de Teófilo Otoni na atual legislatura, a qual serve como primeiro-secretário da Mesa Diretora. Formado em Direito, GABRIEL tem usado toda a sua experiência jurídica para mudar completamente o conceito comum de ser um vereador em Teófilo Otoni.
Articulado, usa bem as ferramentas de redes sociais para se comunicar com o seu público e, assim, vai ganhando cada dia mais projeção dentro do seu partido, no ambiente legislativo e na política da cidade como um todo. Mesmo não tendo completado dois anos de mandato, GABRIEL já se decidiu a alçar voos mais altos e confirmou, em entrevista ao minasreporter.com, a sua pré-candidatura a deputado federal pelo partido Avante. Contundente, criticou duramente os atuais deputados federais e estaduais que, segundo ele, não encaminham as emendas parlamentares para Teófilo Otoni, o que, direta ou indiretamente, contribui para lançar Teófilo Otoni em um enorme caos. Ele também comentou o que fará diferente se for eleito para um mandato parlamentar junto à Câmara Federal. Vale muito a pena acompanhar o bate-papo que tivemos.
minasreporter.com — Qual foi a sua motivação para se apresentar como pré-candidato a deputado federal, mesmo com pouco tempo de mandato como vereador?
GABRIEL GUSMÃO: Boa pergunta. As pessoas têm me questionado muito isso ultimamente. Bem… o que me motivou foi a necessidade latente de representar, de fato, a população de Teófilo Otoni. Vamos ser bastante realistas: é preciso admitir que a nossa gente sofre há muito tempo com a falta de boa representação em todas as esferas e, como consequência, com a falta de recursos. Esses recursos até já estão disponíveis nas esferas dos governos estadual e federal; o que falta é alguém comprometido com a causa de Teófilo Otoni e da região que vá lá e que encaminhe, de fato, os recursos para o nosso povo. Vou te dar um exemplo simples: O Governo de Minas tem uma dívida para com a saúde de Teófilo Otoni de cerca R$ 40 milhões. A cidade ainda é credora de outra dívida de quase R$ 8 milhões do Governo Federal. Por que estou dizendo isso? Porque Teófilo Otoni recebe pacientes de 65 cidades. E nós temos que atender a todas essas pessoas, embora não estejamos recebendo sequer os recursos que são devidos à nossa gente, quanto mais para atender a todo esse efetivo. Estamos atendendo todas essas pessoas e temos que continuar atendendo sempre que chega mais alguém. O problema é que nós, o Município de Teófilo Otoni, estamos bancando tudo isso dos nossos próprios recurso, e isso não é justo. Alguém tem que pagar essa conta. E enquanto os nossos deputados não fazem nada, o nosso povo está sofrendo. Diante de tanta omissão dos nossos representantes, ou daqueles que deveriam estar nos representando, eu vi que existe esse espaço na política regional. Quero aproveitar essa lacuna para tentar convencer a população a tomar uma decisão acertada de votar nos melhores nomes que se apresentam. E eu estou me apresentando como pré-candidato a deputado federal.
minasreporter.com — Essa dívida do Estado e da União para com o Município é contestada por alguns. Como você chegou a esses números?
GABRIEL GUSMÃO: Acredite, esses números são bem reais, plausíveis e mensuráveis. Eu mesmo já requeri, via Câmara Municipal, todos esses relatórios ao prefeito. Recebemos os extratos de todos os fundos, o que está sendo pago, o que não está, o que há de créditos em aberto… tudo. Na semana passada, por exemplo, as Federassantas publicaram uma nota informando as dívidas dos governos estadual e federal para com a saúde dos municípios. É só entrar no site da Federasantas (www.federassantas.org.br) que está à disposição de quem quiser verificar o volume das dívidas dos governos estadual e federal para com os municípios mineiros. Então, nós podemos mensurar, sim, o volume dessa dívida, e sabemos que os números que acabei de citar (R$ 40 milhões do Estado e R$ 8 milhões da União) são reais. Teófilo Otoni pode até ser polo desses mais de 65 municípios da nossa região, e tem, de fato, de assumir a responsabilidade como cidade-polo de cobrar de todos esses outros municípios, uma vez que a responsabilidade está caindo sobre nós. Nós temos os nossos hospitais superlotados atendendo a mais de um milhão de pessoas. O governador tem que olhar para nós com mais clareza de propósitos porque estamos pagando uma conta que não é nossa e que não estamos preparados para pagar. Ou pior: que não temos condições de pagar.
minasreporter.com — Você foi o articulador de uma nova CPI da Copasa. Como avalia os trabalhos dessa CPI?
GABRIEL GUSMÃO: Estamos na fase de avaliação dos documentos. Recebemos mais de mil páginas diversas e ainda faltam pelo menos outras duas mil páginas que já requeremos, mas que ainda não foram entregues a nós pela Prefeitura e pela Copasa. Estamos aguardando a conclusão da reforma do plenário da Câmara para dar continuidade ao requerimento que fizemos de uma perícia nos documentos e estamos acompanhando a situação bem de perto. Hoje estou na condição de relator da CPI. Há um inquérito civil mais antigo sustentado pelo Ministério Público, cuja finalidade é acompanhar o lançamento dos dejetos nos rios. Teófilo Otoni tem um problema latente com a Copasa, seja pelo abastecimento de água precário com água imprópria para o consumo, seja com o abastecimento interrompido de forma injustificada, a falta d’água propriamente dita em alguns lugares. O lançamento de dejetos no rio não é novidade para ninguém. Há muito tempo que isso ocorre. Basta caminharmos em volta da Avenida Luiz Boali nas tradicionais pistas de caminhada às margens do Rio Todos os Santos. As pessoas só caminham ali por não terem outra opção. Aquele rio é uma verdadeira imundície. É como se fosse uma caixa de chorume. Os esgotos são lançados ali de forma absurda e ninguém faz nada para conter o problema. Através da CPI nós estamos apurando isso. Eu reconheço o meu dever de imparcialidade frente à Relatoria, mas os fatos são públicos e notórios. Já estamos nos encaminhando para o final desta CPI. Temos uma reunião que foi interrompida por conta da interdição do plenário da Câmara. Assim que o plenário for liberado, marcamos essa reunião para escutarmos a população de Teófilo Otoni, que é, realmente, a responsável pelo nosso trabalho. De minha parte eu posso dizer que estamos trabalhando com dedicação para o povo de Teófilo Otoni.
minasreporter.com — Historicamente, os nossos deputados não se unem. Em sendo eleito, você vai chamar os seus colegas parlamentares para trabalharem juntos?
GABRIEL GUSMÃO: Com certeza absoluta! Eu, como pré-candidato a deputado federal, quero enaltecer o trabalho que já venho fazendo junto à Câmara Municipal na condição de vereador que sou. Eu caminho todos os dias pela Praça Tiradentes e pelas ruas da Cidade e sou um vereador que não carrego nas costas o peso de uma vida pregressa inativa, ou seja, sem resultados. O meu pensamento é todo voltado para o futuro; o que quero é resgatar Teófilo Otoni, que está beirando o fundo do poço, e isso por falta de representatividade. A população de Teófilo Otoni está sofrendo com as mentiras contadas por pessoas que, na época das eleições, lançam mentiras como “hospitais”, “campos de futebol” e outras mais que a gente se acostumou a ver. Depois, são quatro anos de mandato que se passam sem nenhuma menção dessas promessas, seja por parte dos deputados federais e também dos estaduais. O fato é que esses caras são ausentes. Os nossos “ditos representantes” não vêm a Teófilo Otoni. Eles apenas aparecem no período eleitoral, e isso me deixa muito indignado. Não há diálogo desses caras para com o nosso povo; não há um canal de atendimento à população. Eu faço uma pergunta a você: Qual dos nossos representantes tem um escritório em Teófilo Otoni para atender as demandas do povo?… Ou em outra cidade da região?… Nenhum. Muitos dos nossos cidadãos não têm condições de irem a Belo Horizonte, muito menos a Brasília, mas aqui você não encontra esses caras. E aí? Fazer o quê? Às vezes é preciso recorrer à imprensa, recorrer às pessoas que não conseguem te atender, como é o caso dos vereadores, que não têm o poder para atender a tudo que chega até nós. Eu ainda estou na fase da pré-candidatura e não sei qual será a decisão do meu partido, o Avante. A nossa convenção partidária será no próximo dia 21. Vamos acompanhar esse desfecho e trazer para a população a decisão do meu partido assim que for batido o martelo sobre a confirmação da candidatura. De antemão, eu posso dizer sem medo de errar que, como vereador, o meu gabinete é um dos que mais dá direcionamento às demandas que nos são apresentadas. Quando eleito como deputado federal poderei fazer muito mais pela nossa gente.
minasreporter.com — Qual será o maior diferencial da atuação parlamentar do deputado federal Gabriel Gusmão?
GABRIEL GUSMÃO: Quando eleito, eu serei um deputado federal que trabalha pelo povo que o elegeu, o que é cada dia mais raro. Só para você ter uma ideia, eu requeri na última sessão ordinária da Câmara o extrato das emendas parlamentares dos deputados federais, estaduais e senadores que, em tese, nos representam. O resultado foi vexatório para esses nossos representantes. Há verbas do Ministério da Saúde que chegaram à nossa cidade, verbas do Ministério da Educação, de algumas secretarias estaduais e nacionais, mas não veio nada de emenda parlamentar. Isso é simplesmente inaceitável. Só para se ter uma ideia da gravidade do problema, e de como isso é indigno, um deputado estadual tem, em média, R$ 3 milhões por ano de emenda parlamentar para encaminhar para as suas bases; um deputado federal tem, também em média, R$ 18 milhões; os representantes de bancada têm ainda emendas extras. Então, ao todo, os nossos deputados poderiam encaminhar para cá mais de R$ 25 milhões para colocar dentro de Teófilo Otoni, só de emendas. Mas, apesar de todas essas possibilidades, nossa cidade vive um completo caos. É por isso que o compromisso que eu faço é de direcionar pelo menos 80% das emendas do meu eventual mandato como deputado para Teófilo Otoni e distribuirei os outros 20% para as cidades vizinhas. Por que não colocar 100% para Teófilo Otoni? Porque nós precisamos melhorar o hospital de Poté, de Malacacheta, de Ladainha, de Novo Oriente… que são pontos de referência de clínicas nessas regiões. Precisamos tratar das pessoas da região para que quando chegarem a Teófilo Otoni, não venham para cá apenas para se tratar. Precisamos discutir a questão da saúde pública e, principalmente, a área de prestação de serviços, como é o caso da Copasa, que estamos investigando agora. O povo não pode ficar à mercê da administração pública. A administração pública existe para administrar os serviços essenciais e os serviços básicos, e garantir dessa forma o bem-estar e o conforto para que ela, a população, se desenvolva por meios próprios. Precisamos criar mecanismos para que a população se autodesenvolva. Nós temos que interferir o mínimo possível porque nós temos que dar condições na questão de tributação, seja ela na apresentação nos serviços básicos de transporte, saúde, alimentação, moradia, etc. Então, o compromisso que eu faço com a população de Teófilo Otoni e da região é que, quando eleito, representarei de fato à nossa gente. Eu não me lembrarei do povo apenas na hora de pedir votos. Vou zelar e estimular, através das minhas emendas parlamentares, e da minha atuação, o progresso e o desenvolvimento de Teófilo Otoni e região. Se os representantes que estão aí há mais tempo agissem assim, já teríamos saído deste buraco em que o Vale do Mucuri se encontra.