PM usou gás e balas de borracha contra professores e 213 ficaram feridos no PR

PM usou gás e balas de borracha contra professores e 213 ficaram feridos no PR

Grupo protestava contra a votação do projeto que muda a previdência da categoria.

Ao menos 213 pessoas ficaram feridas ontem, segundo a prefeitura de Curitiba, após confronto entre PMs e professores da rede estadual do Paraná em greve, na frente da Assembleia Legislativa do Estado. Trata-se de um dos maiores confrontos da história do País envolvendo um grupo de manifestantes e a polícia.

O grupo protestava contra a votação do projeto que autoriza o governador Beto Richa (PSDB) a usar recursos do fundo de pensão Paraná Previdência como parte das medidas de austeridade e ajuste fiscal. O projeto foi aprovado.

O governador alegou que o confronto foi provocado por black blocs. O Estado também considera um número menor de feridos: 61, incluindo 21 policiais militares. Em fevereiro, professores haviam se mobilizado contra as mudanças no fundo de pensão. A greve foi cancelada quando o projeto teve a tramitação suspensa.

O clima já era tenso na região do Centro Cívico desde o início da semana, com pelo menos 5 mil professores acampados. Ontem, a votação do projeto teve início às 15h e, uma hora depois, quando se informou que a proposta seria votada, a Polícia Militar entrou em confronto com os manifestantes. Houve tiros de bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

Segundo o comandante-geral da PM, coronel Cesar Vinícius Kogut, o confronto teria tido início quando um grupo tentou romper a área de isolamento, pulando as cercas.

Fontes ligadas à polícia chegaram a informar que 17 policiais foram presos por se recusar a participar do cerco. Posteriormente, o Estado negou a informação, mas a OAB do Paraná prometeu investigar. “Uma vez confirmada essa informação, tomaremos uma providência em relação ao comando. Existe a possibilidade de impetrar habeas corpus em favor desses soldados”, afirmou José Carlos Cal Garcia, presidente da Comissão de Direitos Humanos.

“Estava tudo calmo, quando (os PMs que faziam o cerco à Assembleia) começaram a descer a rua, a atirar bombas e bater”, disse, com os olhos vermelhos, Donizete Lopes, que vende churrasquinho no local. No CMEI Centro Cívico, crianças passaram mal por causa das bombas. Pais foram chamados às pressas, segundo a prefeitura, para retirar 150 crianças.

Fonte: Estado de Minas



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