“Vou acabar com privilégios”, diz candidato ao Senado pelo SD, Dinis Pinheiro

“Vou acabar com privilégios”, diz candidato ao Senado pelo SD, Dinis Pinheiro

Candidato ao Senado diz que vai lutar para pôr fim às mordomias no Congresso

“Quero acabar com os superpoderes de Brasília. O dinheiro suado dos impostos do cidadão não pode ficar para Brasília, não”Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press

Ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Dinis Pinheiro (Solidariedade) tenta agora conquistar uma das duas vagas de senador na disputa do próximo domingo. Se eleito, diz que a primeira medida será reduzir os “privilégios” recebidos pelos parlamentares, como o auxílio-moradia e a verba do paletó. 

“A administração pública tem que ser virtuosa. Um dos pilares dela é a austeridade”, argumenta. No Senado, Dinis – que ontem postou vídeo com o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) pedindo votos para ele – promete lutar pela descentralização de recursos nos cofres da União. “Essa é uma questão que vou enfrentar com muito vigor. Essa concentração de renda em Brasília é uma fonte inesgotável de arbítrio, de ineficiência, de corrupção”.

Qual será o primeiro projeto de lei apresentado pelo senhor caso seja eleito senador?
A primeira coisa que vou fazer é me esforçar para acabar com os privilégios. O que fiz na Assembleia quero fazer no Senado (durante a gestão na Assembleia, acabou com o auxílio-moradia para os deputados que moravam em Belo Horizonte e região metropolitana, extinguiu o pagamento por participação em sessões extraordinárias e o voto secreto). Um senador custa R$ 200 mil por mês, é inaceitável. É o que eu falo: nossas instituições estão mutiladas em sua integridade, nossos poderes perderam a autoridade de poder. A administração pública tem que ser virtuosa. Um dos pilares dela é a austeridade.

Mas o senhor acha que um projeto desse tipo seria aprovado pelos colegas?
Se você tem uma liderança… Essa mesma pergunta foi feita para mim quando era presidente da Assembleia e a resposta está aí. A cada dia mais o povo está vigilante, mais participante, mais atuante. O patriotismo tem que estar sempre presente, o espírito público deve estar sempre presente.

A última pesquisa de intenção de votos mostra o senhor em empate técnico com outros dois adversários na briga pela segunda vaga ao Senado: Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PHS). Qual a estratégia do senhor nesta última semana de campanha para garantir a vitória?
Eu sou o candidato menos conhecido e o que mais cresceu. A partir do momento em que as pessoas conhecem a minha história, o meu passado, as minhas ideias e propostas, existe uma relação muito forte aí de confiança, de apreço e de esperança.

O senhor está na chapa do candidato ao governo Antonio Anastasia (PSDB), que também tem como candidato Rodrigo Pacheco. No entanto, Anastasia também declarou apoio a Carlos Viana. Ou seja, três candidatos para duas vagas. Qual a opinião sobre isso? O senhor acha que atrapalha a sua campanha?
Isso é bom para Minas. Deixa o mineiro escolher com a sua sabedoria, com a sua visão. O mineiro sabe. Eu confio na minha vida, na minha história. O que eu quero conquistar é o voto do mineiro pela minha história limpa, minha vida reta. Não fico escolhendo adversários. Assim eu construí minha vida, tijolinho por tijolinho, com dificuldade, com muito suor. Fui o deputado mais jovem em Minas, fui o mais votado do partido, o mais votado da história de Minas.

Os atuais senadores têm sido muito criticados pelo governador Fernando Pimentel (PT), pelos prefeitos, acusados de não terem feito nada pelo estado. O senhor concorda com isso? O que faria de diferente se estivesse lá?
Cada um tem um jeito. Sou muito combativo, nessa questão municipalista sou muito firme, muito intransigente. Essa é uma questão que vou enfrentar com muito vigor, essa concentração de renda em Brasília é uma fonte inesgotável de arbítrio, de ineficiência, de corrupção. Para os estados e municípios vou lutar com muita braveza e muita bravura. Quero acabar com os superpoderes de Brasília. O dinheiro suado dos impostos do cidadão não pode ficar para Brasília, não. Quero me esforçar para uma justiça tributária, o dinheiro tem que ficar onde o povo está, no estado e nos municípios.

Mas como garantir que essa ideia saia do papel?
Essa será uma luta incansável minha. A questão municipalista não é só uma causa, a gente tem que acabar com essa concentração de verbas. Quando JK idealizou Brasília, tenho certeza de que ele não queria isso. A minha vida é uma vida municipalista, e tenho uma crença danada nisso. Se você combate essa centralização, você combate a corrupção, você vai combater a ineficiência, você vai combater a burocracia.

Mas e os atuais senadores? Faltou a eles fazer isso? Que nota o senhor daria a eles?
Acho que cada um se entrega do seu jeito, com suas características, suas qualidades. Mas gosto de olhar para a frente. Não sou professor, não tenho que dar nota.

(Fonte: Isabella Souto – Estado de Minas)



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