Por Erico Aleixo, diretor de tecnologia e soluções na Inteligência de Negócios (IN).
Você sabe muito bem a importância de disponibilizar o dado certo para a pessoa correta no tempo exato. Isso significa melhorar o processo de tomada de decisões. E a área de TI é muito cobrada por isso. Afinal, negócio e diretoria precisam dispor de informações para direcionar suas ações.
Em época de economia digital, onde os negócios se baseiam em tecnologia, realizar uma governança de dados correta, que proporciona a transparência das vantagens acima, é natural para você, gestor de TI. Mas, infelizmente, essa necessidade não é tão clara para todos os setores da organização, não é mesmo?
Como explicar, por exemplo, para o gestor comercial da filial da Região Sul que liga nervoso perguntando o motivo de não ter acesso aos dados de desempenho, em tempo real, da sucursal Nordeste?
Um artigo da Harvard Business Review revelou que apenas 3% das organizações no mundo tem um processo de governança dedados claro e eficiente. Isso mostra que é preciso, com urgência, discutir esse assunto dentro da empresa. Somente dessa forma os processos serão mais eficientes.
Os dados hoje são o novo petróleo, o ativo mais importante de uma empresa. Sem eles é como andar no escuro e sem uma direção. Esse fato por si só já justifica a importância da governança de dados.
Conceitualmente, governança de dados é a gestão de políticas, processos, pessoas e tecnologias para estruturar o ativo “informação” dentro da empresa. Lembre-se de que sua audiência pode ser leiga no assunto. Então é preciso deixar a linguagem técnica de lado e ser o mais simples possível.
Digamos que na sua empresa você utiliza uma ferramenta de BI para estruturar as informações mais relevantes e extrair valor delas. São relatórios personalizados e dashboards dinâmicos utilizados diretamente na tomada de decisão. Algumas visões mostram o desempenho de um produto no mercado, e podem direcionar decisões como o fechamento de uma unidade fabril, caso os números estejam ruins ao longo do tempo. Outra visão mostra o desempenho versus o custo de mão de obra, com um comparativo com profissionais de mercado. Essa informação pode definir o desligamento de funcionários com baixa performance.
Obviamente, quem deve ter acesso a essa informação são os gestores ligados diretamente a essas áreas, sob pena de alarmar funcionários de toda uma linha de produção antes da hora, ou de forma equivocada.
Por isso dissemos mais no início do post que governança de dados é entregar a informação certa, na hora exata, para a pessoa correta. Outro ponto importante nessa argumentação é mostrar os benefícios que a empresa, como um todo, terá com uma boa governança de dados. Seus colegas na empresa são homens de negócios, e essa é a melhor maneira de tornar seus processos mais eficientes!
Cada pessoa na organização terá acesso apenas às informações que realmente importam, que farão diferença no seu cotidiano e levem a decisões acertadas. Empresas de capital aberto, principalmente, precisam ter um controle rígido de acesso aos dados de investidores.
Imagine o estrago que poderia ser feito se um concorrente soubesse qual a porcentagem um fundo de investimento tem da sua empresa, por exemplo. E muitas vezes o inimigo está dentro de casa! Um funcionário pode oferecer essa informação em troca de um cargo melhor em outra companhia, por exemplo.
Mas preste atenção, é preciso que você tenha o cuidado de não ligar a governança de dados a controles lentos e desnecessários. Bom, é sim necessário tê-la, mas não pode ser um processo burocrático.
A mensagem principal é a necessidade de levar em conta, principalmente, a cultura da sua empresa e os objetivos estratégicos do negócio. O assunto precisa ser fluido, não um cavalo de batalha! Afaste esse pensamento da mente dos seus colegas. Deixe claro que todos os processos e permissões serão discutidos em conjunto com a direção da empresa, e utilizados para trazer segurança dinamismo ao dia a dia.
(Artigo enviado para publicação por Portal Comunique-se em nome de Victória Vilela)