A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais confirmou a primeira morte por dengue em 2020. A vítima é um adolescente de 15 anos que morava em Medina, no Vale do Jequitinhonha, e morreu no dia 13 de janeiro, de acordo com o município.
Em entrevista ao, nesta sexta-feira (13), a coordenadora da Vigilância Municipal em Saúde, Jaqueline Pereira Guimarães, explicou que Wenedy Costa Amaral procurou uma unidade de saúde da família na manhã do dia 10 de janeiro relatando que teve febre e dor de cabeça. A médica que o atendeu não suspeitou de dengue, mas solicitou exames de sangue e unira. Na noite do mesmo dia, ele foi atendido no Hospital Santa Rita em Medina com dores musculares, vômitos e náuseas.
“O paciente não apresentava nenhum sinal de gravidade e a médica do hospital já suspeitou de dengue, receitou e o liberou para casa, orientando a hidratação. No final de semana, ele começou a sentir diarreia intensa e dor no estômago, mas só retornou na Unidade na manhã da segunda-feira (13), quando já estava bem fraco”, disse.
Segundo ela, o adolescente não apresentava febre na segunda e relatou vômito, dor abdominal, sudorese, hipotensão, palidez e fezes escuras. Ele desmaiou na sala de espera e foi internado e medicado. Ao longo do dia, o quadro de saúde se agravou e o paciente foi encaminhado para a sala vermelha.
“Nesse momento, ele precisou ser entubado, com ventilação mecânica e foi feita massagem cardiorrespiratória. O hospital solicitou a transferência para o CTI de Teófilo Otoni, mas ele morreu antes que a vaga fosse liberada, as 19h35”.
A coordenadora esclareceu que a médica que acompanhou o caso não conseguiu coletar material para realização de exame sorológico por causa do quadro grave de desidratação que a vítima apresentava.
“O caso foi encaminhado para a Regional de Saúde do Estado e de acordo com histórico e sintomas, foi encerrado como óbito por dengue”.
Bloqueio e prevenção
O município informou que o adolescente morava no Bairro Aliança com um irmão e frequentava a zona rural, onde o pai dele vive. Após a confirmação do caso, agentes de endemia visitaram as duas localidades.
“Os agentes fizeram um trabalho de bloqueio com aplicação de inseticida em um raio de 50 metros. Primeiro, eles foram no Bairro Aliança e depois na zona rural”, disse a coordenadora da vigilância municipal em saúde, Jaqueline Pereira Guimarães.
O município realiza o bloqueio mecânico e químico em todos os locais onde são diagnosticados casos suspeitos de dengue. A coordenadora informou que o órgão estava sem inseticida para o bloqueio químico desde outubro de 2019 porque o estado não estava fornecendo.
“Em janeiro, conseguimos comprar seis litros para realizar esses bloqueios com receio da situação se alastrar. Até o óbito desse paciente, o município apresentava poucos casos. Semanas seguintes, o número cresceu muito”. Segundo ela, o envio dos inseticidas foi normalizado no mês de fevereiro.
Neste ano, já foram notificados 381 casos suspeitos de dengue em Medina. Desses, 61 foram encaminhamos para exames laboratoriais, sendo 26 positivos e 35 negativos.
“É considerado de alta incidência pelo tamanho do município, que tem cerca de 21 mil habitantes. Depois da morte do adolescente, a população ficou em alerta e passou a denunciar focos de dengue”.
A coordenadora da Vigilância em Saúde destaca que o racionamento de água foi um dos fatores que contribuiu para o aumento dos casos. “A população começou a armazenar água em baldes e caixas d’ água sem fechá-las corretamente, potencializando a doença”.
As ações de combate aos focos do Aedes aegypti foram intensificadas e o município realizou mutirões de limpeza e adquiriu telas para tampar os reservatórios. O estado também enviou o carro fumacê para conter o número de casos.
Números em Minas
Segundo o último Boletim Epidemiológico, Minas Gerais registrou 25.877 casos prováveis de dengue neste ano e 15 óbitos permanecem em investigação. Foram registrados 480 casos prováveis de Febre Chikungunya e 168 de zika, sendo 36 em gestantes.
(Fonte: G1 Vales de Minas)