Coordenadora da Defensoria Pública diz que vai impetrar ações contra o Estado

Coordenadora da Defensoria Pública diz que vai impetrar ações contra o Estado

A coordenadora da Defensoria Pública em Teófilo Otoni, Lígia Olímpio de Oliveira (Reprodução)

TEÓFILO OTONI — A coordenadora da Defensoria Pública, Lígia Olímpio de Oliveira, disse, em entrevista ao programa Conexão 98, da Rádio 98 FM, que a maioria das demandas individuais que têm chegado à Defensoria Pública são demandas de carência de leitos de UTI.

Segundo a coordenadora, nesses casos a Defensoria tem ajuizado imediatamente as ações exigindo o atendimento. A defensora citou, em especial, um caso que considerou como paradigmático — de uma jovem chamada Cleidiane, 25 anos, cuja morte, na opinião da Dra. Lígia, demonstra o quanto a vida do pobre, infelizmente, acaba valendo menos do que a vida dos mais privilegiados. Cleidiane morreu porque a sua vaga na UTI só foi aprovada pelo menos uma semana depois de isso ter sido pedido pelos médicos que a atenderam.

Lígia Olímpio ainda explicou que tanto em âmbito individual quanto coletivo a Defensoria tem trabalhado neste sentido, o de cobrar o atendimento de leitos de UTIs para as pessoas mais pobres, desde março, em especial quando se começou a precisar de leitos de UTI’s. Ela, inclusive, criticou o fato de que o poder público, num primeiro momento, apenas remanejou leitos de UTI’s, o que acabou resultando em falta de leitos de UTI’s, e também de leitos para o atendimento em geral.

E de novo a defensora enfatizou que a situação só evidenciou o quanto a vida do pobre, infelizmente, acaba valendo menos. “O que eu gostaria de ver é helicópteros e aviões vindo aqui buscar essas pessoas que estão nos leitos de UTI’s, sejam elas pobres, não tendo condições, mas com o Estado tomando todas as providências, priorizando a vida e custeando leitos de UTI’s mesmo em hospitais particulares. Na medida que isso não é feito não dá pra presumir que o Estado não tem condições de fazê-lo. Partindo desse pressuposto, estou em contato com o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública para que pleiteemos juntos as devidas indenizações a essas famílias que, claro, nunca poderão compensar a vida perdida, mas, pelo menos minimamente, reparar o dano e trazer a elas o conforto de que a vida dos seus entes tem algum valor”, comentou.

A defensora, durante a entrevista, também criticou duramente parte da população que não adere às medidas de prevenção orientadas pelas autoridades de Saúde e até contribuem através de aglomerações para a disseminação do vírus. Ela disse que a responsabilidade é de cada um e de todos nós.

Há poucos dias a Dra. Lígia Olímpio de Oliveira foi entrevista pelo editor-chefe do minasreporter,com, David Ribeiro Jr., em live da ACE-Teófilo Otoni (foto: Reprodução)

(com informações da Rádio 98 FM)



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