— Por David Ribeiro Jr. —
TEÓFILO OTONI
É difícil dizer ao certo se o problema é apenas em nossa região ou se é na política como um todo, mas é fato que, no Brasil, está cada dia mais difícil entender o comportamento dos nossos candidatos a cargos públicos — difícil no sentido de que a cada dia os padrões mudam, se é que se pode chamar a isso de “mudança”. A verdade é que os padrões estão simplesmente sumindo…
Mas aí surge uma dúvida: “Será que os padrões estão sumindo?… Ou o que ocorre é que os novos padrões são tão ruins que não queremos aceitá-los como padrões, ainda que seja para os outros e não para nós observadores isentos?”
Por que digo isso?
Simples. Porque em abril de 2017 o minasreporter.com pôde publicar com alguma precisão uma boa lista de nomes dos pré-candidatos a deputado estadual para o pleito do ano seguinte (leia aqui) — e isso faltando 17 meses para a disputa. Dois meses depois publicamos uma lista dos prováveis nomes que poderiam se lançar candidatos a deputado federal (confira a lista aqui). É bem verdade que muitos daqueles nomes listados por nós não foram candidatos, mas, quando da publicação da lista, eram apontados, sim, como pré-candidatos. Alguns, embora tenham desistido depois, já estavam em pré-campanha de forma bastante evidente, inclusive arrebanhando apoio de eventuais multiplicadores.
E eis que chegamos a 2021 e, cerca de onze meses do próximo pleito, ninguém sabe quem serão os candidatos que concorrerão, nem a um cargo (deputado estadual) nem ao outro (deputado federal).
Uma das razões apontadas por estudiosos do tema para essa indefinição é que temos, atualmente, uma boa base de deputados em exercício com uma atuação razoável no Nordeste do Estado, principalmente em se tratando de deputados estaduais. Isso acaba por coibir o surgimento de novos nomes que têm dificuldades para digladiarem com os atuais detentores de mandato. Essa é a análise de alguns…
Com todo o respeito para quem acredita nessa balela, eu penso um pouco diferente. Na realidade, eu penso bastante diferente. Em minha opinião, o que está causando esse alheamento dos nomes dos prováveis candidatos é o fato de que está havendo uma interpretação muito equivocada do poder das redes sociais para alavancar o nome de quem quer que seja no meio político. E aí o sujeito deixa para se apresentar no último momento possível acreditando que o impulsionamento do seu nome nas mídias sociais o ajudará a se eleger.
Um exemplo bem claro disso foi o que ocorreu na última eleição municipal. Um determinado candidato a vereador no ano passado (2020) caiu nessa armadilha. E por que isso ocorreu? Porque esse candidato, ao estudar teorias de Marketing Digital, viu que, ao se fazer uma boa campanha de marketing na internet, em média se consegue 1 a 2% de conversão (que seria algo como os internautas alcançados por sua campanha efetuarem a ação que você quer — comprar) o seu produto ou ideia.
O que esse candidato a vereador infelizmente não entendeu é que essa teoria, quase um princípio do marketing, vale apenas para quando se comunica com um público-alvo correto — pessoas que, de fato, têm INTERESSE em adquirir aquele produto ou ideia. Alguns teóricos do Marketing até chamam a essas pessoas de “público qualificado” por se tratar do público exato que tem interesse no que você está oferecendo. Mas, convenhamos, ninguém está interessado em adquirir o que um político está a fim de nos dizer ou oferecer. É claro que alguns nomes, quando conseguem se revestir de uma aura de heroísmo, conseguem arregimentar vários fãs que, eventualmente, podem se tornar eleitores. Basta ver o caso do atual deputado estadual por Minas Gerais, o Professor Cleitinho (Cidadania), e também do deputado federal André Janones (partido Avante). Foram eleitos porque surfaram numa onda, e surfaram bem. Mas cada caso é um caso e precisa ser avaliado de forma bastante particular.
Voltando a Teófilo Otoni e região, onze meses antes da eleição não sabemos quem serão os candidatos aos cargos de deputado estadual e federal. A verdade é que não sabemos sequer se alguns dos atuais detentores do cargo serão candidatos à reeleição. Ou esses caras estão acreditando demais no poder das redes sociais ou… ou então não respeitam o povo a quem pedirão votos.
Mas, apesar das incertezas, nos bastidores se comenta, sim, se esse ou se aquele nome será candidato. E nós publicaremos essa lista na segunda-feira, 28 de outubro.
Se você que está lendo agora puder nos ajudar a elaborar a lista, por favor, entre em contato com o e-mail minasreporter@gmail.com.
E, como eu sempre digo, quem viver, verá!