Nesta semana fomos surpreendidos com a “quase inacreditável” notícia de que Teófilo Otoni tem um número recorde de pré-candidatos a prefeito. O recorde em si nem chega a ser algo tão surpreendente. O problema é que não é qualquer recorde. Estamos falando de cerca de três dezenas de nomes que se dizem — ou a quem é atribuída a condição de — pré-candidatos.
No passado meu nome já esteve em listas assim. Desta vez, quando procurado pelo repórter, deixei claro que não sou pré-candidato. Estou secretário municipal de Esportes servindo ao povo e à Administração do prefeito Daniel Sucupira. Entendo que esta é a minha missão no momento, e não pleitear a sucessão de um mandato que ainda está na metade da sua duração.
Não vejo problema algum em pessoas se apresentarem ao povo como pré-candidatas. Penso até que isso é importante para o processo democrático. Mas há algo que me preocupa: Não vi no artigo que listava os nomes uma única proposta dos pré-candidatos. Não sei se foi o autor do artigo quem não se preocupou com isso (aí é problema dele; talvez tenha se focado apenas em fazer um barulho) ou se foi o fato de que os pré-candidatos realmente estão mais preocupados em SE apresentar do que apresentar suas propostas. E se for esse o caso, aí é muito preocupante.
Pior ainda: Alguns daqueles nomes listados têm como únicas plataformas políticas falar mal do prefeito Daniel Sucupira, como se isso fosse um programa de governo. Não estou aqui defendendo o prefeito; sou seu secretário de Esportes, não seu porta-voz, mas o meu histórico como homem público me dá respaldo para dizer que falar mal de quem quer que seja não cria um homem público… Um pré-candidato? Talvez! Mas um homem público, não. Eu não fiz isso em quarenta anos de vida público e me sinto muito à vontade para criticar quem o faz.
Ser candidato a prefeito é fácil. Como aquela lista que está rodando por aí deixa claro, qualquer um pode se dizer pré-candidato, e pode até virar mesmo candidato. Vimos isso recentemente em pleitos anteriores. Mas sejamos realistas e admitamos que não é qualquer um que tem condições de ser prefeito, de governar e de administrar o destino de 140 mil habitantes da cidade que é polo de uma região para mais de um milhão de outras pessoas.
Então, para não me alongar mais quero dizer que respeito cada um dos nomes listados. Reconheço a legitimidade de todos para pleitear a função. Alguns são pessoas que eu, sinceramente, até gostaria de ver à frente do cargo por reconhecer neles os atributos necessários; mas aí eu me refiro apenas a dois ou três, evidentemente. Os demais não passam de fogo de palha ou um balão de ensaio.
Que Deus tenha misericórdia de nós! Mas que nós também tenhamos misericórdia de nós mesmos na hora de votar. E aí termino com uma pergunta: Qual daqueles terá o apoio do prefeito Daniel Sucupira para sucedê-lo?
Esta é uma pergunta que vou deixar para o meu próximo artigo.
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* JORGE MEDINA é médico especialista em Ortopedia e Medicina do Trabalho; foi vereador, presidente da Câmara Municipal e, atualmente, é presidente do PSB de Teófilo Otoni e secretário municipal de Esportes.
