A polícia prendeu nesta quarta-feira (29) dois suspeitos de sequestrarem a esposa de um comerciante em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. A mulher foi abordada ao chegar em casa, do trabalho, no início da noite desta terça (28), e cerca de nove horas depois foi resgatada e passa bem.

O primeiro suspeito, de 20 anos, foi preso por volta das 13h, na zona rural, no meio da mata. Conforme a PC, ele é do estado do Paraná e o veículo usado no crime também tem placa do mesmo estado.

Já o segundo homem, de 28 anos, foi preso por volta das 19h. “Ele entrou em uma fazenda na zona rural, e o fazendeiro, percebendo a movimentação dos cachorros, foi atrás, e na hora que viu o suspeito, o abordou e o imobilizou, enquanto aguardava a chegada da polícia. O homem é de Araçuaí e tem suspeita de homicídios ocorridos na cidade”, detalhou o delegado Ciro Roldão de Carvalho.

Sobre o crime

O delegado esclareceu que o marido da vítima foi quem presenciou a ação e pediu ajuda na delegacia. “Ela trabalha junto com o marido e chegou 10 minutos mais cedo em casa. Em seguida, o marido chegou e ao abrir o portão, percebeu que a esposa estava saindo do imóvel com um homem, apontando a arma para a cabeça dela”.

A vítima foi colocada à força dentro de um carro vermelho e os bandidos fugiram.

“O empresário correu e foi até a delegacia. Os policiais já estavam terminando o expediente e as equipes se deslocaram até a casa da vítima, foi feita incursão e foi verificado que não havia mais ninguém no imóvel. A partir daí, foram iniciadas as buscas, em conjunto com a Polícia Militar, com cerco nas cidades vizinhas”.

Por volta das 3h30, uma equipe da Polícia Militar encontrou os bandidos no carro, na comunidade de Alfredo Garça, zona rural de Araçuaí. Houve perseguição e eles abandonaram o veículo com a vítima dentro dele. A vítima foi ouvida, oficialmente, na delegacia na tarde desta quarta-feira (29).

“A mulher foi agredida e sofreu escoriações no pescoço. Ela disse que os bandidos levaram joias e tentaram fazer transferência bancária, mas não conseguiram. Dentro do carro, nós encontramos também um tablet, onde os criminosos acompanhavam a movimentação da polícia, através de postagens de populares nas redes sociais”.

Ainda segundo o delegado, os suspeitos falaram que iriam entrar em contato com o marido da mulher, que é comerciante, para pedir o resgate. A vítima ouviu, também, que na hora que o caso deu repercussão nas redes sociais, um deles questionou o que iria fazer com ela. “Eles queriam matá-la, mas como viram várias notícias sobre o caso, mudaram de ideia”.

Durante o depoimento na delegacia, a mulher disse que chegou a ser levada para um cativeiro , mas não soube precisar o local. “Um dos suspeitos disse que só liberaria a mulher se ela mantesse relações sexuais com ele e outras cinco pessoas que estavam no cativeiro. Mas, ela não sabe se tinha mesmo a presença de outros suspeitos, pois só viu os dois, inclusive, os reconheceu ao vê-los depois de presos. Eles ainda pensaram em colocar fogo no carro, mas desistiram. A vítima também contou que eles entraram em contato com alguém de fora, mas a pessoa não quis ir buscá-los devido a grande repercussão”.

Os policiais continuam em diligência para localizar a arma utilizada para sequestrar e ameaçar a vítima. A suspeita é que eles tenham enterrado as armas.

(Fonte: Nátila Gomes, Marina Pereira, G1 Grande Minas)