Por Jorge Medina
Eu tive a grata satisfação de servir a população de Teófilo Otoni por dois mandatos consecutivos como vereador. Tenho ótimas recordações daquele tempo. Aprendi muito sobre política e vi que é possível, sim, servir mais e melhor à população. E ao me retirar daquela Casa saí com a certeza do dever cumprido…
Mas já falei demais sobre mim. O que quero hoje é falar um pouco mais a respeito dos atuais vereadores… E, não, não estou aqui para criticar a atuação de nenhum dos parlamentares. Só quero ajudá-los a refletir em uma situação que penso que alguns não estão entendendo direito.
Que situação é esta? Explico:
Alguns vereadores têm se comportado, no momento de votar importantes projetos para a população teofilotonense, levando em consideração apenas algumas toscas e mal elaboradas estratégias de Marketing desenvolvidas por algum estagiário da matéria. Pelo menos é esta a impressão que eu tenho. Como ex-vereador, e como um estudioso do tema política, que me considero, quero dar alguns conselhos aos amigos vereadores: cuidado! Observem bem que o discurso populista ajuda em muito a projetar um vereador durante o mandato, mas nunca garantiu a eleição, muito menos a reeleição, de ninguém. Basta ver que dois dos vereadores mais votados da legislatura passada não conseguiram se reeleger para o atual mandato. Um saiu da estrondosa marca de quase 3.000 votos para 500. O outro caiu de mais de 2.000 votos para pouco mais de 100.
Todas as vezes em que nos rendemos à ditadura de minorias que gritam e aplaudem discursos populistas, nos expomos à considerável parcela da população que pensa, e que, por mais silenciosa que seja, está a nos observar e a discutir, em suas rodas sociais, a sua impressão a respeito desse tipo de atuação. Um vereador não é eleito para ser o vereador de uma parcela, de um segmento, de um bairro ou de qualquer setor social. Ele pode até ser eleito por quaisquer desses segmentos, mas para ser um vereador de toda a cidade. Não é sem razão que o escritor americano James Clarke disse que “um político pensa apenas nas próximas eleições. Mas um estadista pensa nas próximas gerações”. O que vocês pretendem ser, senhores vereadores?