Na terça-feira, moeda americana alcançou a sua maior cotação na história do Plano Real em meio às preocupações com o agravamento da crise política e econômica do país.
Após atingir a sua maior cotação desde a implementação do Plano Real, o dólar chegou a abrir em queda nesta quarta-feira, mas logo inverteu a sua trajetória e voltou a subir, renovando as máximas históricas. Por volta das 12h40, a moeda americana valorizava a mais de 1,2%, a 4,13 reais. Se fechar o dia em alta, será o quinto pregão seguido de aumento.
O mercado digere nesta manhã a notícia de que 26 dos 32 vetos da presidente Dilma Rousseff a itens da chamada “pauta-bomba”, que tem o potencial de piorar ainda mais o quadro fiscal do país, foram mantidos pelo Congresso. Apesar da vitória parcial do governo, ainda falta apreciar o veto a um dos pontos mais controversos da pauta, o do reajuste no salário de até 78,5% dos servidores do Poder Judiciário.
Os investidores também estão de olho nos movimentos das agências de classificação de risco Moody’s e Fitch – impera a preocupação de que as duas agências acompanhem a avaliação da S&P, que tirou o selo de bom pagador do país em 10 de setembro. Na terça, a Moody’s afirmou que a situação do país não se assemelha a de países que perderam o grau de investimento nos últimos anos. Já uma equipe da Fitch se reuniu ontem com representantes do governo para avaliar o desempenho da economia brasileira.
Também está no radar dos operadores a queda registrada nas bolsas asiáticas, puxada pela baixa de mais de 2% no principal índice acionário da China. Dados fracos da indústria chinesa divulgados hoje deixaram os investidores preocupados com uma desaceleração econômica mais acentuada do que a esperada.
De setembro de 2014 até agora, a divisa americana já chegou a subir 70% contra o real. No acumulado do ano, a valorização é de 52,47%.
Ao ultrapassar a casa dos 4 reais, o dólar superou o recorde alcançado no dia 10 de outubro de 2002, quando a moeda fechou a 3,99 reais. Na época, a valorização da divisa foi impulsionada pelas incertezas sobre os destinos do país com a possível eleição do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), naquele momento ainda uma incógnita para o mercado financeiro.
Fonte: VEJA