Com aumento de gastos com segurança, França vai descumprir meta fiscal

Com aumento de gastos com segurança, França vai descumprir meta fiscal

Primeiro-ministro Manuel Valls afirma que o governo francês precisará elevar despesas para poder contratar milhares de policiais e ampliar os recursos das forças de segurança.

A França será obrigada a ultrapassar a meta fiscal da União Europeia porque está elevando os gastos com segurança depois dos ataques terroristas da última sexta-feira, afirmou nesta terça o primeiro-ministro francês, Manuel Valls. A meta fiscal será “necessariamente excedida”, já que o governo está alterando o planejamento orçamentário para contratar milhares de policiais e aumentar os recursos das forças de segurança, declarou Valls à rádio France Inter. O dinheiro não pode ser remanejado de outros setores.

“Temos que encarar isso, e a Europa precisa entender”, disse Valls. “É também tempo de a UE e a Comissão (Europeia) compreenderem que esta luta diz respeito à França, mas também diz respeito à Europa.”

O orçamento da França para 2016 prevê um déficit público de 3,3% do PIB, o que está dentro do estipulado pela UE. O bloco prevê déficit de menos de 3% em 2017.

Uma fonte do Ministério das Finanças disse na segunda-feira que os gastos extras com a segurança anunciados pelo presidente François Hollande devem resultar em centenas de milhões de euros, mas serão inferiores a 1 bilhão de euros. “Vai ser um custo extra sobre o que se estava esperando”, disse a fonte, acrescentando que seria compatível com os compromissos orçamentários da França com seus parceiros da UE.

Os ataques em Paris também podem ter um impacto sobre o crescimento econômico na França, já que eles pressionarão o turismo e as vendas do varejo pelo menos temporariamente em razão da insegurança. O ritmo de crescimento da economia do país estava em progressiva recuperação até os ataques.

Hollande disse na segunda-feira que assumia a responsabilidade por uma eventual superação do déficit orçamentário decorrente dos gastos com a segurança e as forças armadas. Ele afirmou aos parlamentares que a segurança é mais importante do que as regras orçamentárias da UE.

Com Reuters



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