Minas Gerais vai participar da terceira e última fase de testes para a criação de uma vacina contra a dengue. A aplicação das doses será realizada na UFMG, em Belo Horizonte, mas ainda não há previsão de quando deve começar.
Os primeiros voluntários cadastrados para a etapa final dos estudos clínicos começaram a ser imunizados nessa segunda (22), em São Paulo, quando dez pessoas foram contempladas. A vacinação foi “inaugurada” no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Outras 1.200 pessoas receberão a vacina nos próximos dias.
O imunizante é desenvolvido pelo Instituto Butantan, em parceria com o National Institutes of Health, nos Estados Unidos. A vacina, feita com os próprios vírus da dengue, tem potencial para proteger contra os quatro tipos da doença.
O diferencial do produto diante dos concorrentes – como a vacina criada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, já aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – é que a administração é feita em dose única.
Acompanhamento
Os voluntários cadastrados serão acompanhados por cinco anos para que seja avaliada a proteção oferecida pela dose. O monitoramento será feito por meio de visitas programadas para coleta de amostras, além de contatos telefônicos e mensagens por celular, conforme informou o Instituto Butantan. Além de Belo Horizonte, a Fase III dos testes será conduzida no Amazonas, em Roraima, Rondônia, Sergipe, Ceará, Brasília (DF), no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e em dois institutos de São Paulo.
Placebo
Do total de voluntários, dois terços receberão a vacina e o restante apenas placebo, substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem nenhum efeito contra a doença. Nem a equipe médica nem o participante saberão qual foi aplicada.
A estimativa do Butantan é de que todos os participantes estejam vacinados em um ano. Os resultados da pesquisa, no entanto, dependem de como será a circulação do vírus. A expectativa é a de que a vacina esteja disponível para registro federal até 2018.
Até o momento, a dose foi testada em 900 pessoas; 600 na Fase I dos testes, conduzida nos Estados Unidos, e 300 na Fase II, feita na USP, em São Paulo. Segundo o Instituto Butantan, os dados obtidos indicam que a vacina é segura, induz o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada e é potencialmente eficaz.
(Patrícia Santos Dumont – Hoje em Dia)