Por Márcio Barbosa dos Reis
A erva-de-passarinho é uma erva parasita e nefasta para com as árvores alojando-se nas copas destas. Ela é transportada por pássaros de árvore em árvore, não possui raízes e sobrevive, exclusivamente, às custas da árvore hospedeira.
Tudo o que a árvore hospedeira produz ela suga. O que é pior, suga até a morte dessa árvore. O único meio de evitar está trágica cena é a sua retirada. Há estudos que indicam que ela possui excelente propriedade medicinal, desde que arrancada da árvore.
Qualquer semelhança dessa parasita com os políticos não é mera coincidência, ressalvadas raras exceções, pois toda regra tem exceção. Aliás, é a exceção que justifica a regra. Os políticos, não só da história recente, mas de toda a civilização, se servem do povo, e não raras vezes o mata de tanto explorá-lo, e, são mais úteis quando fora do poder.
A poda das árvores, de outro lado, é um procedimento que deve ser realizado de tempos em tempos, para que os galhos secos ou ruins sejam retirados e outros novos e vigorosos possam surgir em seu lugar.
Esse procedimento machuca e é traumático, porem necessário para que uma árvore continue vigorosa e produtiva.
Comparando a sociedade com uma árvore, e a política a uma erva-de-passarinho ou a galhos que são imprestáveis, percebe-se que a renovação com qualidade e a sobrevivência tanto de uma como de outra, não é possível sem a retirada da praga e das partes imprestáveis, em ambos os casos.
Por várias vezes fui tentado a não discutir ou participar ativamente das decisões políticas brasileiras, porém, concluí que trata de ledo engano essa omissão, pois, participando ou não, sou atingido diretamente por todas elas, numa alusão ao dito popular: “o galo não foge da panela”. De sorte que, cada um, incluindo-me neste rol, na medida de suas forças, deve contribuir para a depuração do sistema político-eleitoral.
Cabe, portanto, a cada eleitor extirpar as ervas-de-passarinho e realizar a poda na política brasileira, na época e na forma corretas, ou assistir e sofrer com a perpetuação da exploração. É lutar ou acovardar, ciente de que, tanto em uma como em outra decisão, a responsabilidade é pessoal e não se pode terceirizá-la.
Márcio Barbosa dos Reis
Membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e auditor fiscal da Receita Estadual.
E-mail: marciobareis@outlook.com
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