Por Márcio Barbosa dos Reis
Eu conheço, de ouvir falar, um jogo perigoso e estúpido chamado de “roleta russa”. Este jogo, jogado por pessoas cheias de bravata ou ansiosas por experimentar fortes emoções, consiste em deixar uma bala no tambor de um revólver, fazê-lo girar, e apontar o cano sobre si mesmo ou outrem, desconhecendo o local que o tambor parou e puxar o gatilho, fazendo um jogo de vida ou morte, a depender da sorte onde o orifício do tambor tenha parado, se, sem ou com a bala, respectivamente.
Parece, pela lenda, que este jogo de azar faz jus ao nome porque tenha sido originário da Rússia. Como o Brasil copia muitas coisas ao seu modo especial, tenho para mim que o governo brasileiro resolveu adotar a roleta russa à brasileira em sua política.
Só que, ao invés de colocar uma bala, ele está colocando seis balas no tambor do revolver 32 da economia e apontando para o povo.
Como assim?
Ele está fatiando a Petrobrás; acabando com as verbas para o Sistema Único de Saúde – SUS, entregando ao capital estrangeiro terras, patrimônio e riquezas minerais; paralisando as universidades federais; retirando direitos fundamentais dos trabalhadores e extinguindo, na prática, o direito à aposentadoria e comprometendo o recebimento pelos aposentados.
Girando este tambor da economia e atirando, talvez seja possível sobreviver, se se salvar da UTI financeira e, com muito sacrifício, em algumas décadas recuperar os benefícios perdidos.
O fato inegável é que algumas mudanças carecem de serem realizadas, de igual modo, sob este argumento, o que estão levando a termo é um verdadeiro massacre aos cidadãos, o qual uma parte da população se revolta, outra ignora e outra se deixar enganar pelo conto do vigário que as promove.
As ditas reformas que estão em curso, que afetam cada brasileiro, não têm autorização popular, portanto são ilegítimas. Acontece que, na desesperança a que está mergulhado o país, cada um de nós está sem saber o que fazer. Acrescente-se a isto o fato de que aprendemos a baixar a cabeça para os senhores do poder; consideramos que a autoridade, que se serve mais do povo do que a ele serve, não deve satisfação dos seus atos. Desta forma, triunfam os homicidas e os dilapidadores do patrimônio público, todos os dias fazendo suas vítimas, e circulando pelos corredores dos palácios impunemente.
Os estragos que virão? A conferir!
Uma pena que só no futuro se comprovarão os desacertos irreparáveis que contemplamos passivamente, deitados em “berço esplendido”.
Márcio Barbosa dos Reis
Membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e auditor fiscal da Receita Estadual.
E-mail: marciobareis@outlook.com
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