A deputada federal explica que o vídeo em que aparece dançando funk não diminui a importância de seu trabalho no congresso. Ela vê a repercussão da divulgação como um preconceito “com o ritmo, com as mulheres e com os brasileiros que gostam de dançar”
Apesar de ter sido gravado em novembro do ano passado, um vídeo da deputada federal Brunny Gomes (PTC-MG) teve grande repercussão na última semana, quando foi novamente compartilhado em redes sociais e repercutido em nota de colunista da revista Veja. Daí para a divulgação pela imprensa nacional foi um pulo. Nas imagens, ela aparece dançando algumas coreografias de funk com umas amigas, em um baile funk realizado em uma boate de Valadares. Tamanha repercussão, no entanto, suscitou algumas dúvidas em muita gente, com questionamentos dos mais simples aos mais venenosos: de momento de descontração com a dança de um ritmo como tantos outros a comportamento “indigno”, “impróprio” e “pecaminoso” para uma deputada federal.
Mas entre as opiniões e os julgamentos, as imagens mostraram que não há nenhuma ação vexatória no vídeo que aponte algo fora do normal para uma jovem de 25 anos, que foi eleita deputada federal com incontestáveis 45.381 votos.
Em todas as reportagens veiculadas, entretanto, há a informação do fato com a divulgação do vídeo, mas sem um posicionamento da deputada a respeito. Em entrevista à equipe de reportagem do jornal valadarense DIÁRIO DO RIO DOCE, Brunny Gomes diz que se considera uma pessoa normal, que gosta de dançar quando não está trabalhando e que não há mentiras em seu comportamento. “Apesar de ser uma deputada, me considero uma pessoa normal. Nenhum deputado é mais especial do que qualquer outro cidadão brasileiro. O Brasil não é feito só de musica clássica e MPB: tem forró, tem lambada, o funk, axé e outros estilos. A nossa cultura é bem diversificada. Achei toda essa repercussão muito preconceituosa com o estilo de música, com as mulheres e com os brasileiros que gostam de dançar. Não acho que, porque represento o meu estado na Câmara dos Deputados, eu tenho que mentir para as pessoas, dizendo ou me comportando diferentemente da minha personalidade. Esta sou eu. Gosto de dançar, cantar, me divertir nas horas que não estou trabalhando. Tudo tem a hora certa”, disse a deputada.
Brunny comentou que entende a divulgação do vídeo pela imprensa, mas destacou alguns projetos já apresentados por ela na Câmara dos Deputados, os quais, segundo ela, não estariam sendo publicados pela mídia. “Eu entendo a imprensa ao divulgar o vídeo, até porque defendo a liberdade de expressão. Mas gostaria que essa mesma imprensa e todas essas pessoas que me criticaram e difamaram procurassem saber sobre os meus projetos publicados na Câmara, como o Projeto de Lei Complementar nº 40, que torna inelegíveis os candidatos que são condenados por crimes contra a mulher, como foi publicado recentemente pelo DRD. Ou o Projeto de Lei Complementar nº 102, que visa impedir a candidatura de condenados por improbidade administrativa que tenham atuado também de forma culposa. Meu trabalho como deputada está voltado para o combate à corrupção, a educação de qualidade dos nossos jovens, fazer valer os direitos das mulheres, além de estar sempre atuando a favor dos menos favorecidos”, concluiu a deputada federal valadarense.
Outros políticos também já se renderam aos passinhos
Se o vídeo for levado ao pé da letra, há que apontar, talvez, o fato de que diversos outros políticos já foram flagrados dançando, inclusive a líder maior do País, a presidente Dilma Rousseff. Ela dançou uns passinhos de funk durante sua campanha à reeleição, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, ganhando a confiança e o respeito de muitos jovens pela postura. Tanto que Dilma ganhou até música dos funkeiros, que diziam que “haviam trombado com a Dilma no baile funk”.
Até a simpática primeira-dama americana, Michelle Obama, também já deu show de dança, em abril deste ano, em prol de uma campanha contra a obesidade infantil.
Aliás, o próprio Barack Obama já dançou em um programa de TV norte-americano. Ao entrar no palco, sob o som de Crazy In Love, de Beyoncé, o presidente dos EUA, uma das nações mais conservadoras do mundo, e mais respeitadas, não conseguiu “segurar o esqueleto”.
(fonte: Com informações do Diário do Rio Doce)