Ainda não há acordo para votação do fundo que livra Pimentel da Lei de Responsabilidade Fiscal

Ainda não há acordo para votação do fundo que livra Pimentel da Lei de Responsabilidade Fiscal

Motivo de divergência entre deputados, PL 5.456/18 não foi incluído na pauta da reunião de Plenário desta terça (18)

Deputados ainda não se entenderam sobre “votar” ou “enterrar de vez” o fundo extraordinário que tenta livrar Fernando Pimentel da Lei de Responsabilidade Fiscal (Foto: William Dias/ALMG)

A pauta da Reunião Ordinária de Plenário desta terça-feira (18/12/18) trazia oito proposições de autoria de deputados. No entanto, os pronunciamentos dos parlamentares giraram em torno de outra proposição, o Projeto de Lei (PL) 5.456/18, do governador Fernando Pimentel (PT), que cria o Fundo Extraordinário do Estado de Minas Gerais (Femeg). A proposta tem gerado controvérsia entre a base do governo e da oposição e, com a falta de acordo, não foi liberada para votação.

A intenção do Poder Executivo é, por meio do fundo, vincular receitas extraordinárias do Estado ao pagamento de despesas não quitadas, os restos a pagar. A principal fonte de recursos seria a compensação a que Minas tem direito pelas perdas ocasionadas pela Lei Kandir, que desonerou o ICMS da exportação de produtos não industrializados, como o minério.

A proposta de criação do fundo tem sido duramente criticada por prefeitos nas últimas semanas, que temem não receber repasses retidos pelo governo, como os relativos ao ICMS e ao IPVA, com a priorização de outros compromissos. O passivo com as prefeituras seria de mais de R$ 10 bilhões.

O deputado Felipe Attiê (PTB) concorda com os prefeitos, que, segundo ele, “foram roubados” pelo Governo. Ele advertiu que, com a complacência dos outros Poderes, o Executivo estadual criou um rombo de R$ 35 bilhões a ser deixado para o próximo governo, o que torna impossível o pagamento da dívida com os municípios.

Para Attiê, o fundo seria apenas uma manobra fiscal, um fundo “farsante”. Na mesma linha, o deputado Sargento Rodrigues (PTB) classificou a matéria como contabilidade fraudulenta, uma forma de enganar a população mineira.

Também contrário ao projeto, o deputado Bosco (Avante) parabenizou a mobilização dos prefeitos na Assembleia, ao destacar as dificuldades enfrentadas pelas administrações municipais com a falta de repasses do governo.

Transparência
Coube ao deputado Rogério Correia (PT) a defesa da criação do fundo. No seu entender, a situação é exatamente inversa, uma vez que o fundo seria um reconhecimento dos débitos do governo, entre os quais, os relacionados às prefeituras.

Correia ponderou que a difícil situação fiscal do Estado não teve início no governo de Fernando Pimentel, e sim com a Lei Kandir, em 1996, que teria causado um prejuízo total de R$ 135 bilhões a Minas.

Em defesa de Pimentel, o deputado também afirmou que a administração petista recebeu o Estado com um déficit de R$ 7 bilhões e que, ao contrário de gestões do PSDB, não contraiu nenhum empréstimo. “O fundo é uma forma criativa de garantir que o próximo governo pague as prefeituras assim que houver dinheiro”, salientou.

Cemig
Os deputados também pediram a palavra para comentar outros assuntos. Sargento Rodrigues criticou propaganda da Cemig na qual a população é convocada a utilizar o décimo-terceiro salário para quitar débitos com a empresa. Para o parlamentar, a peça é um escárnio com servidores que nem mesmo receberam a gratificação devida.

Rogério Correia parabenizou o governador Fernando Pimentel e o secretário de Estado de Educação, Wieland Silberschneider, pela edição de resolução que garante a liberdade de expressão e pedagógica nas escolas mineiras.

Bosco congratulou sua cidade natal, Araxá (Alto Paranaíba), pelos 153 anos que ela completará nesta quarta-feira (19). Felipe Attiê, por sua vez, pediu maior participação do Tribunal de Justiça e do Ministério Público de Minas Gerais no equacionamento das contas públicas, com medidas para o corte de gastos.

(Fonte: ALMG)



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