Aliado na conquista do bicampeonato brasileiro, em 2013 e 2014, não só pelo ótimo aproveitamento do time como mandante, mas também pelas grandes arrecadações, o Mineirão tem sido um problema para o Cruzeiro este ano. Com o baixo rendimento da equipe neste início de 2016, nem a diminuição do preço do ingresso, que deu resultado no final do ano passado, foi suficiente para aumentar a presença de público. E o Gigante da Pampulha tem vivido dias de “elefante branco”.
Com 14.357 pagantes de média nos dez jogos como mandante na temporada, o Cruzeiro tem ocupado apenas 22,95% dos 62.547 lugares do Mineirão.
E essa queda afeta os cofres por causa da redução significativa no preço dos ingressos. Não se pode considerar 2013, pois foi o ano do crescimento do programa de sócios, mas em 2014 um cruzeirense pagava, em média, R$ 52,26 para ir aos jogos. Hoje, este valor caiu mais de 60% e está em R$ 22,89.
TAXAS
E o resultado até agora é muito negativo. Em 2013 e 2014, o Cruzeiro arrecadava bruto, em média, cerca de R$ 1,5 milhão no Gigante da Pampulha.
Este ano, a renda bruta média é pouco superior a R$ 300 mil. Líquido, entraram no cofre cruzeirense R$ 2,2 milhões, mas isso sem o clube pagar as taxas de uso do estádio à Minas Arena. Se elas fossem descontadas, este valor cairia pela metade.
“A performance do time em campo é fundamental para que o torcedor tenha maior vontade de ir ao jogo e ver o time dele. Mas fomos também surpreendidos, da metade do ano passado para cá, com a crise econômica.
Ela pegou também o torcedor. O que o Cruzeiro fez foi um realinhamento dos preços para baixo. Tanto de material esportivo como de mensalidade dos programas de sócio e de ingressos. E mesmo assim a presença não tem sido a mesma. Realmente caiu a média de torcedor no campo e de renda”, afirma o diretor comercial e de marketing do clube, Robson Pires.
Ainda segundo Pires, a expectativa é que as coisas possam mudar com a disputa do Campeonato Brasileiro: “Este ano a única referência é ainda o Mineiro e a gente sabe que ele não leva muito torcedor a campo. Quando começar o Brasileiro é que teremos um termômetro melhor para fazer essa comparação com os anos anteriores. Agora, que caiu de 2014 de R$ 1,5 milhão para R$ 800 ou R$ 900 mil em 2015, caiu”.
Contratado na última quarta-feira, o técnico português Paulo Bento, que chega hoje à Toca II, tem o desafio de recolocar o Cruzeiro nos trilhos, não só dentro de campo, mas também no que se refere às finanças.
“O ideal para o programa de sócio e para a presença do torcedor no estádio é que a performance do time seja sempre de brigar pelos títulos. Ainda que não seja campeão, que seja competitivo. Agora, o Cruzeiro tem um time bom e tenho certeza que com o novo treinador e mais um ou dos reforços nós vamos disputar os títulos este ano”, finaliza Robson Pires.
Está lançado o desafio. O tempo é curto e a necessidade de levar a China Azul de volta ao Mineirão é grande, pois, por enquanto, quem está ficando louco da cabeça é o diretor financeiro do clube.
(Hoje em Dia)