O senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (6) para ter acesso ao material sobre a atuação do ex-procurador Marcelo Miller no acordo de delação fechado por executivos da JBS.
O novo pedido de Aécio foi protocolado às 17 horas, após o senador se reunir com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto.
Aécio e Temer foram os políticos mais atingidos pelas delações da JBS. A estratégia dos dois é desqualificar a atuação do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que deu o aval à delação da JBS.
Marcelo Miller trabalhou com Janot por três anos e deixou a PGR em abril de 2017, quando passou a atuar no escritório de advocacia Trench Rossi e Watanabe, que atendia à JBS.
Marcelo Miller é suspeito de ter atuado em favor dos delatores enquanto ainda era procurador da República, sem o conhecimento de seus superiores. Ele nega.
Aécio quer provar que Miller atuou na delação enquanto estava na PGR. Por isso, pediu acesso ao complemento da delação entregue pela JBS à PGR em setembro de 2017.
O pedido ao STF
No pedido desta segunda-feira, Aécio pediu acesso a documentos da CPI da JBS colocados sob sigilo, mensagens do telefone de Wesley Batista (irmão de Joesley Batista), conversas telefônicas recuperadas pela Polícia Federal e mensagens de Francisco Assis (assessor jurídico da JBS) que tratam de contatos com a Procuradoria-Geral da República.
Assessores do Planalto confirmaram ao blog que o agravo foi um dos assuntos tratados entre Temer e Aécio, assim como eleições e alianças em Minas Gerais.
Já a assessoria do senador negou. Afirmou à reportagem que a informação é “falsa” e o agravo não foi “mencionado ao presidente”.
“Até porque o recurso já estava decidido pelos advogados. Reiterou que o pedido de acesso é o mesmo anterior e que o agravo foi à negativa do Marco Aurelio. O que ocorreu foi que ontem era prazo final para protocolar”, afirmou a assessoria do senador.
(Por Andréia Sadi – G1)