Sem titulares do nível de Robinho e Victor, os substitutos tiveram papel importantíssimo na vitória do Atlético diante do Colo Colo, por 3 a 0, nesta quarta-feira, no Estádio Independência. Patric e Giovanni ficaram com as respectivas vagas e contribuíram para a goleada, que manteve o Galo na liderança do Grupo 5 da Copa Libertadores, com dez pontos. Cazares abriu o placar logo a 1min de jogo, Patric e Hyuri ampliaram.
Apesar do placar elástico, o Atlético voltou a mostrar um problema repetido nas partidas anteriores. Depois de um começo em alto nível, o time cai de produção e o adversário aproveita para atacar. Essa foi a tônica do jogo nos dois tempos. Mas a qualidade individual prevaleceu, o Galo matou a partida nos contragolpes e manteve a invencibilidade e a liderança do grupo na Libertadores. E impediu a chegada do Colo Colo, que parou nos cinco pontos. O vice-líder é o Independiente del Valle, com sete. O lanterna, já eliminado, é o Melgar, com zero.
A goleada em casa deixou o Atlético em ótima situação para carimbar a classificação às oitavas de final. O Galo enfrenta o Independiente del Valle, em 6 de abril, no Equador, e se garante nas oitavas de final com um empate. O objetivo é avançar em primeiro lugar e também assegurar a melhor campanha na fase de grupos da Libertadores. O time alvinegro é o segundo nesse quesito, atrás apenas do Atlético Nacional, da Colômbia, que venceu todas as partidas da competiçao. Antes, as atenções estão voltadas para o Campeonato Mineiro. O adversário será o Tupi, neste domingo, às 18h30, no Radialista Mário Helênio, em Juiz de Fora.
Mesmo sem Robinho, no banco de reservas, e Victor, lesionado, a torcida que lotou o Independência não parou de passar confiança aos jogadores, desde o começo. E o time alvinegro retribuiu. Logo a 1min, Patric, mantido pelo técnico Diego Aguirre, entregou a Cazares, que dominou com tranquilidade, limpou o lance e tocou sem chance para o goleiro: 1 a 0. Gol-relâmpago e muita festa no Horto.
O Colo Colo sentiu o golpe logo no início, mas mesmo assim procurou se organizar para atacar. O problema é que a defesa chilena deixou muitos espaços, com os zagueiros praticamente marcando em linha, e os atleticanos aproveitaram para avançar em contragolpes eletrizantes, graças aos lançamentos precisos de Cazares. Em um deles, aos 8, Lucas Pratto apareceu sozinho na área e tocou para as redes. Mas a arbitragem assinalou impedimento inexistente, prejudicando o Galo.
O Atlético continuava soberano, ditando as ações. E com Cazares inspirado. Ele descobriu a penetração de Marcos Rocha, que chutou fraco e facilitou a defesa de Villar. Em seguida, o goleiro Giovanni, substituto de Victor, fez grande lançamento a Luan, que entrou na área e, diante do goleiro, errou a conclusão. O ‘motorzinho’ do time apareceu bem em um arremate de fora da área, que assustou os chilenos.
Mas um problema observado em jogos anteriores voltou a incomodar. Aos poucos, o Atlético diminuiu o ritmo e o adversário ficou mais atrevido, incomodando em alguns momentos. Entretanto, sem Paredes, vetado por causa de lesão, o Colo Colo sentiu a falta de uma referência para os cruzamentos na área. Mesmo assim, chegou a assustar Giovanni e os defensores, ganhando o meio-campo.
Quando parecia que o Galo terminaria o primeiro tempo com vantagem mínima, Patric deu o ar da graça. O voluntarioso jogador, que perdera chance incrível em jogada de Lucas Pratto, ‘furando’ no momento da conclusão, se redimiu aos 45. Depois vacilo do zagueiro, ele ganhou a dividida e tocou no travessão. A bola caiu já dentro do gol: 2 a 0. Um alívio para torcida e time no encerramento da etapa inicial.
Tensão e festa
Mesmo em desvantagem e contra uma torcida animada, o Colo Colo voltou melhor para o segundo tempo. O time chileno teve a posse de bola e obrigou Giovanni a trabalhar, com boas defesas em conclusões de Delgado. Primeiro, em uma cabeçada que espalmou a escanteio. Depois, uma conclusão na área. Acuado, o Galo não conseguia se organizar ofensivamente, mas teve grandes oportunidades, todas desperdiçadas por Lucas Pratto. Uma, inclusive, sem goleiro, com o atacante errando feio.
Diego Aguirre mexeu aos 18min, trocando Patric – que saiu muito aplaudido – por Hyuri. O objetivo era manter mais a bola em poder, além de aumentar a força ofensiva. Mas o Colo Colo demonstrou valentia em busca da reação. A conhecida jogada chilena, sempre pelo lado esquerdo, com Beausejour e Delgado, era ameaça constante. A ansiedade da torcida durou até os 27min, quando veio o alívio definitivo. Júnior Urso deu belo passe para Hyuri, que tocou na saída de Villar e decretou o triunfo: 3 a 0.
A expectativa da torcida ficou por conta da entrada de Robinho, que comemorou o terceiro gol ao lado do treinador, com um abraço. Aos 30, finalmente, o atacante das ‘pedaladas’ entrou em campo, substituindo Cazares. No fim, o astro teve a chance de deixar a marca, mas foi desarmado. Seria o desfecho de mais uma noite de festa alvinegra no Horto.
ATLÉTICO 3 X 0 COLO COLO
ATLÉTICO
Giovanni; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Júnior Urso, Rafael Carioca, Luan (Eduardo), Cazares (Robinho) e Patric (Hyuri); Lucas Pratto
Técnico: Diego Aguirre
COLO COLO
Villar; Fierro, Baeza, Barroso e Beausejour; Pavez, Araya, Valdes (Reina) e Tonso (Vilches); Rodríguez e Delgado
Técnico: José Luis Sierra
Motivo: 4ª rodada do Grupo 5 da Libertadores
Local: Independência, em Belo Horizonte
Data: quarta-feira, 16 de março
Árbitro: Juan Soto (VEN)
Assistentes: Jorge Urrego (VEN) e Elbis Gomez (VEN)
Cartões amarelos: Rafael Carioca, Luan (ATL); Barroso, Beausejour, Pavez (COL)
Público: 21.201 pagantes
Renda: R$ 1.704.100
Gols: Cazares, 1min, Patric, 45 do primeiro tempo; Hyuri, 27min do segundo tempo
(Superesportes)