Em seu último testamento, o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, determinou que a maior parte de sua riqueza pessoal de US$ 29 milhões (R$ 115,7 milhões) fosse destinada “ao jihad, com a graça de Alá”.
O documento foi divulgado nesta terça-feira (1º) como parte de um conjunto de 113 papéis obtidos na operação de maio de 2011 que culminou com a morte de Bin Laden em Abbottabad, no Paquistão.
O líder da Al Qaeda planejava dividir sua fortuna entre seus parentes, mas queria que a maior parte do dinheiro fosse gasto no trabalho das redes de terrorismo islâmico.
Os documentos foram revelados após uma análise exaustiva por agências do governo norte-americano.
Um documento, uma nota manuscrita que agentes de inteligência norte-americanos acreditam que o militante saudita escreveu no final dos anos 1990, determina como ele queria distribuir cerca de US$ 29 milhões que tinha no Sudão.
Um por cento desse montante, escreveu Bin Laden, deveria ir para Mahfouz Ould al-Walid, militante veterano da Al Qaeda que usava o pseudônimo Abu Hafs al Mauritani.
“Por sinal, ele (Al-Walid) já recebeu entre US$ 20 mil e US$ 30 mil disso”, continuou Bin Laden. “Prometi a ele que iria recompensá-lo se ele tirasse o dinheiro do governo sudanês.”
Bin Laden viveu no Sudão durante cinco anos como convidado oficial, até o então governo fundamentalista islâmico lhe pedir que fosse embora em maio de 1996 por pressão dos EUA.
Outro 1% da soma deveria ser dado a um segundo associado, o engenheiro Abu Ibrahim al-Iraqi Sa’ad, por ter ajudado a criar a primeira empresa de Bin Laden no Sudão, a Wadi al-Aqiq, informa o documento.
Bin Laden também exortou seus parentes mais próximos a usar o restante dos fundos para apoiarem a guerra santa.
“Espero que meus irmãos, minhas irmãs e minhas tias maternas obedeçam meu desejo e gastem todo o dinheiro que me sobrou no Sudão no jihad, em nome de Alá”, escreveu.
Em um último parágrafo de tom melancólico, ele pede a seu pai que o perdoe “se fiz algo que você não gostou”. (Com agências internacionais)
Fonte: UOL