A líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ), afirmou nesta terça-feira que seu partido vai representar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que em discurso na tribuna da Câmara disse que não “estuprava” a petista Maria do Rosário (RS) porque ela “não merece”.
Durante um debate sobre a Comissão da Verdade, que divulgará seu relatório nesta quarta-feira, Bolsonaro disparou da tribuna, quando a petista deixava a o plenário depois de discursar: “Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não a estuprava porque você não merece. Fique aqui para ouvir”.
Não foi a primeira vez que os dois parlamentares se confrontaram. A afirmação reprisa uma briga entre eles em 2003, na qual ele disse ter sido chamado de “estuprador” pela petista, a quem xingou de “vagabunda” em entrevista à Rede TV!.
Desta vez, o parlamentar fluminense irritou-se após Maria do Rosário fazer um pronunciamento condenando a ditadura militar, classificada por ela de “vergonha absoluta”. “O Brasil, ao longo do último período, encontrou o seu próprio caminho para registrar a memória, a verdade e o caminho da justiça, para de fato enfrentar o que foi a vergonha absoluta da ditadura militar. A ditadura teve os seus prepostos, teve homens e mulheres também que se colocaram de joelhos diante dela para servirem ao interesse dela, da morte, ao interesse de fazer o desaparecimento forçado, o sequestro.”
Bolsonaro respondeu: “A Maria do Rosário saiu daqui agora correndo. Por que não falou da sua chefe, Dilma Rousseff, cujo primeiro marido sequestrou um avião e foi para Cuba e participou da execução do major alemão? Maria do Rosário, por que não falou sobre sequestro, tortura, execução do prefeito Celso Daniel, do PT?”, disse. Em seguida, o deputado elevou o tom: “Vá catar coquinho! Mentirosa, deslavada e covarde”.
O episódio causou imediata reação. Jandira Feghali (RJ), líder do PC do B na Câmara, afirmou que vai ingressar com uma representação contra Bolsonaro no Conselho de Ética por quebra de decoro e impetrar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também disse que a deputada “tem todos os instrumentos para recorrer se achar que é necessário”.
Fonte: Agência Estado e VEJA.com