— Por David Ribeiro Jr. —
Teófilo Otoni

Passada a euforia inicial das novas legislaturas, tanto estadual quanto federal, e as comemorações conjuntas envolvendo os deputados eleitos e já empossados — Bruno Farias (federal) e Neilando Pimenta (estadual) —, surge uma pergunta no ar: Qual deles influenciará mais o pleito eleitoral de 2024?

A pergunta é muito pertinente porque, nitidamente, embora eles tenham caminhando juntos até aqui, é notório que os destinos de ambos não se coadunam de forma absoluta daqui para frente.

Neilando, segundo pessoas próximas a ele, tem pensado se vai continuar na vida pública. Essas mesmas fontes garantem que Neiando só se candidatou a um quarto mandato porque quer ter certeza de que o Hospital Regional de Teófilo Otoni será concluído. Ele já poderia ter saído do páreo e ido cuidar da própria vida. É um homem economicamente realizado e não precisa de mandato para nada. O tempo que perde sendo deputado poderia ser dedicado a ter mais qualidade de vida. Porém, como homem inteligente que é, sabe que se entrar outro deputado estadual picuinha em nossa região, pode acabar retardando e até inviabilizando o Hospital Regional, como já ocorreu antes com a nossa ZPE e com tantos outros projetos que ficaram no meio do caminho.

Neilando, uma vez que deu a sua palavra à população, quer ver o Hospital funcionando antes de decidir seu próximo passo: se vai se aposentar, se vai dar continuidade junto à função pública ou se vai para Brasília ser deputado federal — onde há mais recursos para serem canalizados e menos dor de cabeça com gente pedindo muito.

Já Bruno Farias entrou pra vida pública para… seguir carreira na vida pública. E está tudo bem nisso. O problema é que a sua estratégia requer um mandato com atuação mais incisiva e com maior penetração regional. Como eu até já disse antes: Bruno quer e precisa tomar, literalmente, o lugar que Fabinho Ramalho deixou vago. Para alcançar os seus objetivos ele procurará consolidar uma forte influência regional.

Provavelmente, Bruno e Neilando não estarão juntos em todos os municípios da região em 2024 (falaremos sobre isso em outro editorial). Mas em Teófilo Otoni eles estarão, sim, juntos. O deputado Neilando Pimenta até já confidenciou a mim que pela primeira vez desde que se tornou deputado ele vai apostar todas as suas fichas em uma candidatura para prefeito. Ele quer, sim, participar ativamente do processo até eleger o prefeito de Teófilo Otoni. Agora é quase que uma questão de honra.

Tudo isto posto, o que se coloca aqui é o seguinte: Em Teófilo Otoni, e até em alguns outros municípios da região, Neilando e Bruno estarão juntos. Em Teófilo Otoni, principalmente.

Mas há algo que não está certo ainda: Até que eles cheguem a um consenso, quais caminhos deverão ser percorridos até lá?

Por que pergunto isso? Simples: Eu já disse que Bruno precisa ajudar a eleger Fabinho Ramalho prefeito de Malacacheta para tirá-lo do páreo de uma nova disputa a federal em 2026. Mas e Neilando? Será que concorda com esse apoio?

Bem… esqueçamos Malacacheta um pouco e nos voltemos a Teófilo Otoni: Na última eleição Bruno chegou a ser apontado como um eventual candidato a vice de Sucupira. Acabou não rolando, mas houve a conversa. Ao final, o partido de Bruno lançou outro Bruno, o Balarini, como candidato a prefeito. Há quem diga, inclusive, que a intenção de ter Farias como vice do PT era puramente tirar o Balarini do páreo. Porém, ao ver que Balarini tirava mais votos do nome da direita do que de Daniel… você entendeu.

Neilando, por sua vez, ficou com o Comandante Marinho. Foi um apoio mais modesto, mas foi…

É claro que tudo isso ficou em 2020. E para 2024? Quais são as pretensões e os interesses de um e de outro?

Bruno Balarini continua trabalhando assegurando a todos os seus apoiadores que terá o apoio do seu amigo Bruno Farias no ano que vem. Além disso, Bruno Balarini é professor na Universidade Alfa Unipac e amigo de Neilando Pimenta. …

Isso quer dizer, então, que Bruno Farias e Bruno Balarini estarão juntos na eleição do ano que vem?

Não. Só quer dizer que são amigos de Bruno Balarini. … Eles poderão apoiá-lo?

Sim. É possível. Mas, como diz um velho ditado: Amizade, amizade! Negócios à parte. E como hoje a política (ainda mais quando se fala na disputa pela Prefeitura) acabou se tornando um negócio. …

Com base nestas análises, Bruno Balarini terá que pontuar, e pontuar bem, para manter o apoio dos seus dois mais importantes padrinhos. Como ambos querem garantir o apoio a um candidato vencedor, não se sentirão obrigados a apoiar Bruno se outro nome pontuar mais. Até lá muita água vai passar por debaixo da ponte.

Os dados estão lançados.

Como eu sempre digo: quem viver, verá!