Para amenizar a falta de recursos, banco estatal reduzirá de 70% para 40% o limite de financiamento para operações com base na poupança.
A Caixa Econômica Federal vai reduzir a cota de financiamento para imóveis usados (LTV na sigla em inglês) a partir de maio e focar somente em moradias novas. A medida é mais uma adotada para amenizar a escassez de recursos que enfrenta por conta da redução dos depósitos na poupança, principal fonte de financiamento para o crédito imobiliário.
Para operações com recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), o limite vai passar de 80% para 50% no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). As alterações começam a valer a partir do dia 04 de maio. As operações de habitação popular, porém, não sofrerão mudanças, segundo a Caixa.
“A redução do LTV (para imóveis usados) será um grande choque de demanda por imóveis usados já que poucas famílias têm condições de dar entrada de 50% do valor do imóvel”, avaliam Guilherme Vilazante e Daniel Gasparete, do Bank of America Merril Lynch (BofA), em relatório ao mercado.
Recentemente, a Caixa já havia reduzido a cota de financiamento para os imóveis em geral, de 90% para 80%. Para os créditos que seguem a tabela Price, a cota máxima de financiamento já havia sido reduzida de 70% para 50% nas operações do SFH – que financia imóveis de até 750 mil reais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Nos demais Estados, o teto é de 650 mil reais.
Em entrevista na semana passada, o vice-presidente de Habitação da Caixa, Teotonio Costa Rezende, explicou que a Caixa vive um problema de financiamento com a redução dos depósitos na poupança, e, por isso, está focada na habitação social e, em segundo lugar, os financiamentos no âmbito do SFH. “”É inegável que o país vive um certo clima de pessimismo. No médio prazo, tende a afetar confiança do consumidor”, afirmou.
Financiamento – No primeiro trimestre, o volume de financiamento imobiliário contratado na Caixa ficou praticamente estacionado, com alta de apenas 0,3%. O desafio do banco este ano é repetir os 129 bilhões de reais desembolsados em 2014. Já a carteira de crédito deve crescer entre 12% e 15% neste ano, intervalo bem mais tímido que a taxa de expansão de 25,7% vista no ano passado.
Fonte: VEJA